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Marina Silva no Roda Viva: “muita água vai rolar”

Durante entrevista ao Programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (21), a senadora Marina Silva (PV-AC), provável candidata à Presidente da República nas eleições do próximo ano, disse ser contra a descriminalização da maconha, defendeu um plebiscito sobre o aborto e comentou as propostas do governo para o pré-sal. Sobre a disputa eleitoral, acredita que “ainda tem muita água para correr debaixo dessa ponte.”

A ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que a pesquisa eleitoral é o registro de um momento do eleitor, pensando nesse processo de forma muito antecipada, mas que não aparecer com traço nas pesquisas é altamente significativo.

Ainda sobre as eleições 2010, Marina defendeu a ideia de que o voto é do eleitor e, por isso, não se pode dizer que o Partido Verde (PV), do qual é filiada, tem ou não chances de tirar votos dos outros partidos, como PSDB e PT. “Não há como partirmos do princípio de que vamos tirar votos de um ou de outro, pois o voto é do eleitor. O eleitor deve se sentir livre para dar seu voto para quem ele quiser. Por isso, o voto não é da Marina ou da Dilma, é o do eleitorado”, disse.

A reforma política também foi abordada pelos entrevistadores do Roda Viva. Sobre o assunto, Marina afirmou que "a reforma política pode sim dar uma contribuição para recuperar a credibilidade das instituições e essas eleições são uma esperança também. Que as pessoas possam escolher o senador, deputado que elas querem ver no Congresso Nacional. Às vezes, as pessoas não fazem essa vinculação. Elas querem um grande senador, um grande deputado, uma grande discussão, mas não fazem essa escolha. Elas decidem por razões locais e querem que aconteça um milagre no Congresso."

Droga, aborto e religião

Quando o assunto foi a descriminalização da maconha, Marina se disse contrária à legalização da droga: "Eu sou contra, eu tenho uma posição contrária à descriminalização. Eu inclusive conversei sobre isso com o Gabeira (Fernando Gabeira, deputada do PV do Rio de Janeiro). Mas o fato de eu ter uma posição contrária não me impede de fazer a campanha do Gabeira no Rio. Eu acho que democracia é isso, você ser capaz de mediar o seu ponto de vista com o ponto de vista do outro".

Sobre a descriminalização do aborto, Marina Silva defendeu a necessidade de um debate aprofundado sobre o assunto. "Eu não posso simplificar dizendo que sou contra ou a favor. O debate deve acontecer nos devidos espaços e com o devido cuidado. Eu acho que deveria haver um plebiscito para tratar esse tema, pois não cabe ao Executivo definir e não devemos impor nenhuma posição."

A senadora também falou sobre o ensino religioso nas escolas. Ela diz que não defende o criacionismo. Segundo ele, “essa é uma transposição artificial de um debate que acontece nos Estados Unidos. Eu não tenho uma teoria sobre o criacionismo. Eu apenas acredito em Deus, que Deus fez todas as coisas. Só isso…"

Proposta razoável

Sobre o pré-sal, Marina disse que a modelagem que está sendo proposta pelo atual governo é razoável, mas que um projeto dessa magnitude não pode ser aprovado a ‘toque de caixa’. "O pré-sal tem que ser utilizado para as questões que estão sendo colocadas, mas muito mais para produzir conhecimentos e inovações tecnológicas.”

Durante o programa, a senadora também falou sobre as usinas nucleares no Brasil. "Eu tenho uma posição contrária. Eu fui o único voto contrário. O Brasil não tem essa necessidade. O Brasil não tem porque apostar em uma energia cara e que não é segura. Se é questão de custos, vamos apostar numa energia cara, mas segura".

Confira o material extra (áudio, foto e vídeo) acessando: http://www.iptvcultura.com.br/rodaviva/feeds

De Brasília
Com informações da TV Cultura