PCdoB-DF promove plenária de trabalhadores sobre 12º Congresso

A direção regional do PCdoB do Distrito Federal realizou nesta quarta (30/9) uma plenária de trabalhadores na sede do Plano Piloto em torno das questões ligadas ao debate congressual em curso no PCdoB. 

 Os expositores convidados foram o líder da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (PCdoB-BA), o secretário nacional sindical do Partido, João Batista Lemos e o jornalista Pedro de Oliveira, da revista Princípios.  

O secretário de Organização Alan Bueno e o diretor de Comunicação da CTB-DF, Paulo Vinícius, organizaram a mesa dos trabalhos em nome da direção regional que convocou os trabalhadores e dirigentes sindicais de Brasília para o evento, sob o tema “ O Brasil, a América Latina e a Nova Luta pelo Socialismo!”

Na intervenção inicial, João Batista traçou um panorama das lutas na América Latina nas últimas décadas, enfatizando a importância dos avanços democráticos e mesmo revolucionários para o fortalecimento da unidade no continente, para travar a luta contra o imperialismo norte-americano que sempre considerou a América latina como uma espécie de quintal sob seu domínio.

As conquistas no Brasil, com Luiz Inácio Lula da Silva, na Venezuela, com Hugo Chávez, na Bolívia, com Evo Morales, no Equador, com Rafael Correa, no Uruguai, com Tabaré Vásquez, no Paraguai, com Fernando Lugo, além das vitórias importantes na América Central, fizeram com que os Estados Unidos e seus representantes no continente reagissem fortemente articulando as bases militares dos EUA na Colômbia e a reativação da Quarta Frota americana. Agora, no caso do golpe militar contra o governo democraticamente constituído de Honduras, Manoel Zelaya, os EUA também agiram de forma dúbia, condenado os golpistas num primeiro momento, mas dando apoio velado às pretensões anticonstitucionais das Forças armadas de Honduras e seu fantoche.

Batista reforçou em sua exposição a importância de se organizar o repúdio ao golpe e pela imediata reposição do governo legal de Zelaya em Tegucigalpa.  

 
O líder da bancada Daniel Almeida, por sua vez, procurou desenhar um quadro da conjuntura nacional, partindo da análise dos temas que estão sendo tratados no Congresso Nacional que têm grande importância para a luta dos trabalhadores, como é o caso da discussão sobre a Previdência Social. A idéia que prevaleceu na bancada comunista é de insistir nos contatos com o governo para repactuar o acordo — que havia sido feito entre algumas centrais sindicais e os representantes governistas — para melhorar os ganhos dos aposentados e dos trabalhadores em geral.

Outra questão que exige uma articulação maior entre as forças de esquerda é o fortalecimento de uma candidatura única da continuidade do atual ciclo político inaugurado por Lula em 2002. Segundo Daniel, é fundamental para a vitória eleitoral de 2010 que tenhamos uma forte candidatura para poder enfrentar as forças conservadoras, que lutam para restabelecer o neoliberalismo na direção do país. 

 
Por último, Pedro Oliveira retomou a apresentação do projeto de programa socialista para o Brasil, mostrando a estrutura da proposta apresentada pelo Comitê Central para a discussão congressual. Relatou, também, o esforço que vem sendo feito pela comissão de redação do programa, no sentido de incorporar as opiniões e sugestões que vêm sendo feitas nos debates pelo Brasil afora.

Destacou a importância da participação dos comunistas do Distrito Federal na Tribuna de Debates do 12º. Congresso, que já conta com mais de cem artigos, que analisam as teses e apresentam propostas concretas de alteração nos documentos. Durante os debates na sede do Comitê Regional, vários companheiros falaram, alertando para a necessidade de se popularizar o programa, especificar melhor os fóruns institucionais e meios de participação dos trabalhadores e do povo no futuro governo de República Popular e Democrática de transição ao socialismo.

Outra questão tratada no encontro foi o das formas de luta para se atingir a transição, não absolutizando apenas as formas eleitorais, mas levando em conta outras mobilizações de massa, como pressão popular. Questão que ficou para um aprofundamento maior foi a análise da atual configuração do Estado Nacional brasileiro e seu desenvolvimento dentro da proposta de um novo projeto nacional de desenvolvimento. 

Da Redação em Brasília