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Campanha eleitoral começa na Bolívia com favoritismo de Evo

Começou nesta segunda-feira (5) na Bolívia a campanha para as eleições gerais de 6 de dezembro, quando os bolivianos elegerão o presidente, o vice-presidente, 36 senadores e 130 deputados. Segundo pesquisa publicada pelo jornal La Prensa, de La Paz, o presidente Evo Morales é o favorito, com 47% das intenções de voto – 29 pontos porcentuais à frente do candidato opositor mais bem colocado, Manfred Reyes Villa, que tem 18%.

Se confirmada a vantagem, Evo, primeiro presidente de origem indígena da história do país, seria reeleito no primeiro turno e garantiria o poder até 2015. De acordo com a lei eleitoral boliviana, um candidato é eleito presidente se conseguir mais da metade dos votos ou alcançar 40% do total, desde que mantenha uma diferença de mais de dez pontos porcentuais sobre o segundo colocado.

No primeiro dia de campanha, Evo investiu na conquista do voto feminino. Em discurso realizado em Santa Cruz de la Sierra, ele prometeu que a metade de seus ministérios será de mulheres. "Meu próximo sonho em tema de equidade, em tema de participação de mulheres, é que 50 % sejam mulheres no meu gabinete. Esperamos chegar a isso", disse Morales em um discurso transmitido pela televisão estatal.

"Precisamos de muitas, milhares de mulheres para que sejam eleitas, mas também para que sejam designadas a prestar um serviço, um trabalho para o povo boliviano", acrescentou ao destacar a sensibilidade e honestidade que podem levar à sua "revolução" pluricultural e socialista.

No gabinete ministerial atual de 20 membros há cinco mulheres, a maior participação feminina nesse órgão de poder na história democrática boliviana. Morales pediu às líderes reunidas na cidade do leste que o ajudem a ampliar o número de mulheres no governo.

Oposição

Reyes Villa, ex-capitão do Exército e ex-governador de Cochabamba, começou sua campana visitando na cadeia o seu companheiro de chapa, o ex-governador de Pando Leopoldo Fernández, que está preso em La Paz.

Fernández responde a processo pelo massacre de 15 camponeses em setembro do ano passado. "Vamos fazer uma campanha austera em contraste com a dança dos milhões promovida por Evo Morales com o apoio pesado da máquina do governo", afirmou Reyes Villa.

Atrás de Evo e Reyes Villa aparecem o magnata do cimento Samuel Doria Medina, da União Nacional, com 8%, e o ex-prefeito socialista de Potosí René Joaquino, da Aliança Social, com 3%.

A campanha de Medina começou com uma caminhada em Santa Cruz, durante a qual ele desafiou Evo a debater publicamente seus programas de governo – o presidente já adiantou que não participará de debates públicos.

Várias pesquisas também indicam que o partido de Evo, o Movimento ao Socialismo (MAS), controlará a Câmara dos Deputados e o Senado, que nos últimos três anos esteve nas mãos da oposição – estima-se que o MAS eleja 20 dos 36 senadores.

Para o governo, controlar o Legislativo é fundamental para facilitar a aplicação da nova Constituição boliviana, de forte influência indígena e estatista.

Com agências