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Dilma nega recuo do governo em taxar poupança

 A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou hoje, em Salvador, que o governo tenha recuado ao não enviar o projeto que taxaria com Imposto de Renda (IR) as cadernetas de poupança com saldo acima de R$ 50 mil a partir de 2010. 

Dilma afirmou que participa das negociações no governo, mas que qualquer projeto só é enviado ao Congresso a partir do parecer definitivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Como não houve sinal verde de Lula…."

Segundo a ministra, o governo tem grande consideração pela classe média. "Até porque nós do governo somos responsáveis por esse País ser integrado dominantemente pela classe média", afirmou. Para Dilma, o governo não tem intenção de taxar ainda mais a classe média. Ela deu como exemplo a redução do IR de setores da classe média no período da crise, quando o governo reduziu as alíquotas.

Neste sábado, diversos veículos de comunicação indicaram que o presidente Lula havia decidido desistir da tributação da poupança. Segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo, o presidente teria dito que o projeto "perdeu seu tempo político".

"Mesmo sabendo que o projeto não atinge 99% dos donos de caderneta de poupança, os aliados políticos de Lula alertam para o fato de que a oposição irá usá-lo para desgastar a imagem do governo na campanha eleitoral", afirmou o jornal.

Ainda segundo o jornal, Lula admite repensar sua posição apenas se o ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerar a medida essencial. A própria equipe do ministro, contudo, considera que politicamente a proposta ficou inviável, apesar de tecnicamente ainda ser defendida.

Desenvolvida com o objetivo de evitar a fuga de recursos dos fundos de investimentos, a proposta visa a cobrança de Imposto de Renda (IR) de 22,5% sobre as contas com saldo acima de R$ 50 mil. Devido ao corte do juro básico para apenas um dígito, atualmente em 8,75% ao ano, grande parte dos fundos passou a render menos do que a poupança, provocando uma migração de investidores.

Com isso, seus gestores reduziram drasticamente a aquisição de títulos públicos, que se constituem na principal fonte de financiamento do déficit do governo.

Com agências