Brasil só investiu R$ 142 milhões em ciência e tecnologia

“O mesmo valor do passe do jogador Kaká”. Assim a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) expressou sua perplexidade com o montante investido este ano pelo Brasil no setor de ciência e tecnologia para fins de defesa nacional.

Jô Moraes - Pedro Leão

A quantia de R$ 142 milhões para que o Exército nacional desenvolva estratégias de proteção e manutenção do território brasileiro. “Em que pese a defesa do desenvolvimento do esporte, a defesa nacional é efetivamente superior a essa preocupação”, ponderou, ao denunciar a precariedade dos investimentos num setor que envolve a soberania nacional, durante discurso hoje (15) no plenário da Câmara dos Deputados.

Jô Moraes se referia aos levantamentos e dados apresentados por participantes da audiência pública realizada na Casa pela Frente Parlamentar em Defesa da Amazônia e que contou com a presença do general Heleno Augusto, diretor do Centro Tecnológico do Exército.

O desenvolvimento do sistema veicular aéreo não-tripulado de 15 quilômetros de alcance e os materiais produzidos com carbono e o radar Saber M60 foram alguns dos itens tratados na audiência. Jô Moraes destacou como positivo o grau de criatividade e de inovação do trabalho realizado por este setor do Exército. Um dos propósitos dos estudos é radiografar a Amazônia a partir de sistemas tecnológicos que atravessem as copas das árvores e permitam conhecer o solo local.

O discurso

Aqui, a íntegra do pronunciamento da deputada Jô Moraes:

Senhor presidente, senhora e senhores deputados, ontem a Frente Parlamentar em Defesa da Amazônia realizou uma audiência pública. O tema foi o desenvolvimento do setor de ciência e tecnologia do Exército, sobretudo naquela região. Contamos, na oportunidade, com a presença do General Heleno Augusto.

Ressalto duas questões dessa audiência: Em primeiro lugar, o grau de criatividade e de inovação do trabalho realizado por aquele setor do Exército. Sem dúvida nenhuma, o plano de radiografia da Amazônia será uma grande contribuição à defesa da soberania daquele território. Tecnologias do mais alto desenvolvimento vêm sendo implementadas para que as copas das árvores sejam atravessadas e seja possível conhecer o solo da nossa fértil e promissora Amazônia.

Em segundo lugar, o que nos saltou aos olhos, senhor presidente, foi a precariedade dos recursos investidos num setor tão importante para a defesa do País: ciência e tecnologia para fins de defesa nacional. Os investimentos desse último ano montam ao valor de 142 milhões de reais.

Pasmem, senhoras e senhores deputados, é o mesmo valor do passe do Kaká, o grande esportista que o Brasil oferece ao mundo. Em que pese a defesa do desenvolvimento do esporte, a defesa nacional éefetivamente superior a essa preocupação.

Daí por que a sociedade tem que estudar as postulações da estratégia de defesa apresentadas pelo Ministro da Defesa, a fim de, efetivamente, cuidarmos do nosso território”.