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ONU investigará violação a Direitos Humanos em Honduras

O alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos anunciou nesta sexta-feira, 16, que enviará uma missão a Honduras neste domingo para investigar as violações dos direitos fundamentais perpetradas desde o golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya em 28 de junho. Os enviados do organismo internacional permanecerão no país até 17 de novembro.

O objetivo da missão será reunir toda a informação necessária para preparar um relatório especial solicitado pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH), indicou o gabinete da comissária, Navi Pillay, por meio de comunicado.

No dia 1º de outubro, o CDH adotou uma resolução que pedia a Navi um relatório exaustivo sobre os abusos aos direitos humanos desde o golpe de Estado que tirou Zelaya do poder. A missão preparará o documento, cujas conclusões e recomendações serão apresentados por Navi à Assembleia Geral da ONU no mês que vem.

A ONU informou também que para os integrantes da missão, que o comissariado ainda não revelou, cumpram sua tarefa, entrevistarão representantes de todas as partes envolvidas na crise política de Honduras. Um porta-voz do órgão disse que a condição para que esta visita seja realizada é a de sigilo total após o fim das investigações.

Obstáculos
 
A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta sexta que as autoridades hondurenhas de fato bloqueiam a investigação dos abusos dos direitos humanos que uma unidade da procuradoria realiza desde o golpe de Estado de junho passado.

O trabalho da unidade de procuradores de direitos humanos, que também pediu ao governo de fato que revogue o decreto que limita as liberdades constitucionais, é dificultado por seus próprios superiores e pelos corpo de segurança, afirma a ONG com sede em Washington.

A postura do procurador-geral, que simpatiza com o governo de fato, provocou divisões em seu gabinete, destaca a HRW, que visitou há alguns dias Honduras para fazer uma avaliação da situação dos direitos humanos depois do golpe que tirou Manuel Zelaya do poder.

Segundo a HRW, o acesso dos procuradores da unidade de direitos humanos foi proibido pelo regime de fato, e eles também foram alvo de ameaças de militares e policiais. "Sem um apoio internacional firme, estas investigações provavelmente encontrarão tantos obstáculos que não chegarão a lugar algum", afirma o comunicado.

Com agências