A trajetória de Carlos Marighella em exposição no Rio

Para relembrar os 40 anos da morte do guerrilheiro Carlos Marighella, a Caixa Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 27 de novembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010, a exposição Marighella, um histórico comunista e combatente da ditadura militar no Brasil.

Marighella

A mostra traça o perfil e a trajetória de vida de Carlos Marighella com cartas, livros, imagens de arquivo, iconografia variada, depoimentos, além de textos do próprio Marighella.

Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911, filho de imigrante italiano e de uma mulher negra. Dono de invulgar inteligência notabilizou-se por fazer, em versos, provas de física e química, uma delas exposta no Ginásio da Bahia – Central, onde concluiu o segundo grau. Ainda adolescente desperta para as lutas sociais. Aos 18 anos inicia o curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e torna-se militante do Partido Comunista do Brasil. Todo o resto de sua vida será dedicado à luta dos trabalhadores, à causa da soberania nacional e do socialismo.

Em 1946 foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte que se seguira à deposição de Getúlio Vargas. Foi apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas bancadas, proferindo em menos de dois anos 195 discursos. Invariavelmente, sua fala era de denúncia das condições de vida do povo e da crescente subordinação do país a interesses internacionais.

Na década de 50, em São Paulo, participou ativamente das lutas populares do período: defesa do monopólio estatal do petróleo, contra o envio de soldados brasileiros à Coréia, contra a desnacionalização do ensino e de toda a economia. Cada vez mais dirigia sua palavra, seu trabalho e suas propostas no sentido da área rural brasileira. Em 1958 redigiu o estudo: “Alguns aspectos da Renda da Terra no Brasil” que abre uma série de contribuições políticas que haveria de elaborar até 1969. Visitou a China, a União Soviética e, anos depois, Cuba, estudando as experiências revolucionárias vitoriosas naqueles países.

Em 1969 foi apontado pela ditadura como inimigo público número 1 e passou a ser alvo de uma caçada que envolveria diretamente todas as estruturas repressivas montadas pelo regime militar. Na noite de 4 de novembro de 1969, Carlos Marighella foi surpreendido por uma emboscada na Alameda Casa Branca, em São Paulo. A mostra tem a curadoria de Isa Grinspum Ferraz e de Vladimir Sacchetta.

No Rio, recentemente, antigos militantes da Aliança Libertadora Nacional (ALN) lançaram a campanha para dar seu nome à Praça Marechal Floriano, no centro, tradicionalmente conhecida como Cinelândia.

Serviço:
Exposição Marighella
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Livraria
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro (Metrô: Estação Carioca)
Visitação: De 27 de novembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010.
Horário: De terça a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 10h às 21h
Entrada franca
Classificação Livre