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Haiti encerra resgates e prioriza ajuda aos sobreviventes

O Governo haitiano pôs fim à busca de sobreviventes do terremoto que arrasou o país em 12 de janeiro, anunciou neste sábado (23) a ONU. Em comunicado, o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU especificou que a decisão governamental foi tomada na sexta-feira, às 16h (19h de Brasília).

Segundo a Ocha, a mais recente apuração provisória das autoridades do Haiti indica que pelo menos 111,481 mil pessoas morreram por causa do terremoto em quatro departamentos do país e outras 609 mil ficaram sem casa na área metropolitana de Porto Príncipe.

A ONU especifica que os números não são definitivos, dado que ainda estão sendo feitas avaliações estatísticas.

No total, 132 pessoas foram resgatadas com vida durante os dez dias de duração dos trabalhos das equipes de resgate internacionais.

As últimas vítimas encontradas com vida na sexta-feira foram uma mulher de 84 anos e um homem de 22.

Os trabalhos de resgate contaram com a participação de 1,918 mil socorristas e 160 cães treinados, divididos em 67 equipes.

A partir de agora, a ajuda humanitária se concentrará em ajudar as milhares de pessoas que perderam suas casas, e que não têm alimentos, especialmente na capital e nas cidades mais devastadas de Jacmel e Leogane.

Segundo as mesmas fontes, mais de 130 mil pessoas utilizaram, até o momento, os ônibus fretados pelo Governo para sair da capital e ir para áreas menos atingidas pelo terremoto.

Segundo as conversas que a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) manteve com o Ministério da Agricultura haitiano, espera-se que até 1 milhão de pessoas vão para áreas rurais do país a partir da capital.

A metade dos 9 milhões de haitianos vive em zonas rurais e 80% sobrevivem com menos de US$ 1 diário, segundo a FAO.

Na fronteira com a República Dominicana, há cerca de 2 mil haitianos buscando ajuda, um número que, segundo as autoridades, se mantém estável há poucos dias.

Em relação à segurança, o comunicado da Ocha afirma que "a situação continua estável, mas continua persistindo o potencial de que haja distúrbios. Há a preocupação de que, em alguns bairros de Porto Príncipe (Belair, Martissant e Cité Soleil), criminosos previamente presos tenham voltado e estejam em processo de refazer grupos de malfeitores".

Além disso, o país conta com 30 postos de gasolina ativos e há combustível suficiente para as próximas três semanas, quando o porto deve estar totalmente reabilitado para poder receber navios com cargas.

Sobre a situação sanitária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, até o momento, não foram detectados focos de doenças transmissíveis como cólera, rubéola ou sarampo.

Uma equipe de epidemiologistas da OMS chegou ao Haiti para controlar o surgimento de eventuais focos.

Segundo a Ocha, a chamada urgente de fundos da ONU conseguiu 42% do solicitado. Dos US$ 575 milhões requeridos, foram recebidos US$ 241 milhões.

O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.

Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

Fonte: EFE