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OAB entra na Justiça para bloquear bens de Arruda

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou nesta sexta-feira (5) com uma ação na Justiça Federal pedindo o bloqueio dos bens do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e dos oito deputados distritais envolvidos no Mensalão do DEM. A iniciativa da OAB é de caráter preventivo: visa impedir que o dinheiro das propinas, segundo as suspeitas da Polícia Federal, suma sem ser devolvido aos cofres públicos.

O inquérito da Operação Caixa de Pandora da PF aponta o governador, eleito pelo DEM em 2006, como chefe de um esquema de corrupção que arrecadava propina entre empresas contratadas pelo governo para ser distribuída a aliados. Arruda responde a três processos de impeachment na Assembleia Legislativa do DF, e os deputados respondem a processo por quebra de decoro parlamentar.

"Não estamos prejulgando"

Segundo o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, a ação não significa um prejulgamento, mas sim uma questão de zelo. "Temos que zelar para o retorno à sociedade daquilo que eventualmente foi subtraído dela", diz o advogado.

"Não estamos julgando, mas em havendo desvio de recursos, deve ser devolvido à sociedade aquilo que foi retirado dela. O bloqueio serve para que eles (acusados) não possam alienar esses bens no curso das investigações", disse Ophir Cavalcante. Ele informou que a OAB estuda agora como pedir à Justiça o afastamento de Arruda do cargo de governador, enquanto durarem as investigações

O suborno do
Sombra

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal prendeu em flagrante o conselheiro do Metrô de Brasília, Antonio Bento da Silva, quando tentava subornar o jornalista Edson dos Santos, conhecido como Sombra, amigo do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, principal denunciante do Mensalão do DEM. O suborno visava fazer com que Sombra convencesse Durval a dar declarações favoráveis ao governador, em seu depoimento na PF. O presidente da OAB avalia que essa tentativa de suborno sugere que pessoas ligadas ao governador podem estar tentando atrapalhar as investigações.

"Com as novas provas trazidas, como o bilhete do Arruda, envolvendo o jornalista Sombra, que foi divulgado pela imprensa, a Ordem já está estudando uma nova medida judicial para pleitear o afastamento do governador. Essa medida judicial dependerá dos elementos probatórios, mas já há um link maior de que o GDF (Governo do Distrito Federal) estaria obstruindo as investigações", afirmou Cavalcante, referindo-se ao bilhete entregue por Naves ao Sombra. O bilhete, que explica a proposta de suborno, supostamente foi escrito pelo próprio governador Arruda.

Conforme depoimento prestado pelo Sombra à PF, nesta quinta-feira, o "pacote de serviços" encomendado por Arruda seria pago com um total de R$ 2 milhões. O entregador do suborno, segundo o jornalista, especificou que os "serviços" consistiam em "atrapalhar a investigação da Operação Caixa de Pandora".

Da redação, com agências