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Comunistas criam coletivo para discutir cultura

Comunistas com atuação na área da cultura reuniram-se, na última sexta-feira (05), para oficializar a instalação do Coletivo Nacional de Cultura PCdoB e definir os primeiros passos do organismo, a exemplo da participação na conferência convocada pelo governo federal para debater as políticas públicas do setor.

Criado a partir da constatação, nas últimas duas décadas, de que a cultura tem um papel central em qualquer projeto de nação, o coletivo é um organismo de formulação e ação política, cuja missão é ser um espaço de militância dos comunistas da cultura. Desta forma, pretende elaborar plataformas para a cultura e diretrizes que subsidiem a ação dos quadros do partido.

Nesse sentido, o coletivo programou a realização de um seminário nacional, em maio, para discutir propostas para um programa de governo na área da cultura. O resultado do evento será apresentado como contribuição do PCdoB à candidatura presidencial que o partido for apoiar.

De acordo com Mazé Leite, uma das coordenadoras do coletivo que começa com 43 integrantes, a ideia é formar uma rede social de militantes e amigos do PCdoB ligados à cultura. O grupo estabeleceu ainda que criará um blog para debater e encaminhar temas de interesse. Além de Mazé, também comandam o grupo Ana Cristina Petta, Alexandre Santini, Elder Vieira, Tiago Alves e Felipe Redó.

Na reunião de sexta, o secretário de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, afirmou que a “cultura é uma antena do tempo”, e portanto, é preciso que o partido avalie o que ela está agora refletindo.

Conferência Nacional de Cultura

A ideia do partido é levar à conferência de cultura uma posição unificada, que passa por defender a consolidação das conquistas do Ministério da Cultura nos últimos sete anos – e que contaram com colaboração significativa do PCdoB – e propor avanços.

No encontro, os participantes concordaram que, da última conferência, realizada em 2005, para cá, o balanço da política adotada pelo MinC é extremamente positivo. E, diante de um novo cenário, é preciso agora ir além. Entre os temas mais concretos que devem permear a Conferência Nacional de Cultura, estão alguns projetos em pauta no Congresso Nacional, como a reformulação da Lei Rouanet; o Plano Nacional de Cultura; a PEC 150, que destina 2% do orçamento a políticas culturais; o vale Cultura; e a lei de direito autoral.

A secretária de Cultura do Rio de Janeiro, Jandira Feghali, ressaltou que a política cultural ainda precisa incorporar e aprofundar algumas dimensões, como a interface com a educação, a luta pela democratização da comunicação, a organização da economia da cultura, a criação de carreiras dentro do setor.

“A cultura precisa ser vista como parte estratégica do desenvolvimento do país. Não há nada que consiga integrar e articular mais que a política cultural. E a gestão pública deve estar atenta para isso”, avaliou Jandira.

Um desafio, apontado pelo diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, é fazer com que a política do governo para o setor se transforme em uma política de Estado. Ele ressaltou, portanto, a necessidade de aprovar o conjunto de projetos de lei e emendas constitucionais sobre o tema que estão no Congresso Nacional.

O Coletivo de Cultura propôs que seja realizada uma reunião com todos os delegados à conferência que militam no partido. Também surgiu a ideia de distribuir durante o evento, que acontece em Brasília, de 11 a 14 de março, um texto que dialogue com a temática da conferência.

Teia 2010

O secretário de Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino, aproveitrou a reunião para fazer um informe sobre o 4º Encontro Nacional de Pontos de Cultura – Teia 2010. Segundo ele, a atividade deverá reunir a diversidade cultural brasileira em Fortaleza (CE), de 25 a 31 de março, com a presença de representantes de cerca de 2.500 Pontos de Cultura.

Na ocasião, será realizado o III Fórum Nacional de Pontos de Cultura, com seminários, painéis, debates, exposições, uma feira de economia solidária e apresentações artísticas. O coletivo avaliou que se trata de um bom momento para reunir os militantes que têm relação com os Pontos de Cultura e discutir a política para o setor em parceria com os agentes culturais.

Da Redação,
Joana Rozowykwiat