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Queremos pontes ao invés de muros, diz líder do Fatah

Ao declarar “queremos pontes ao invés de muros”, Mohamed Odeh – chefe do Departamento Ibero-americano da Comissão de Relações Exteriores do Movimento de Libertação da Palestina (Fatah) – sintetizou sua posição sobre a ocupação do território palestino por parte do exército israelense durante visita à sede do PCdoB em Brasília, nesta quinta-feira, 18.

Odeh, ao lado de Nasim Alam e Salah, representante da embaixada Palestina em Brasília, foram ecebidos pelo novo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu “Alemão”, e por Ronaldo Carmona, membro da Secretaria.

Mohamed Odeh fez um relato emocionado da situação gravíssima em que vivem os palestinos que, apesar de terem um território legal e historicamente garantido por resoluções e diplomas consagrados pela ONU, seguem sem poder constituir sua nação devido à ação israelense.

“Nosso país está ocupado. Queremos liberdade. Não queremos sangue. Queremos nossos direitos. Queremos construir pontes com os povos amantes da paz em todo o mundo, e não muros como os israelenses estão levantando por toda a parte”, destacou.

Segundo ele, o processo de paz está paralisado pela posição israelense. Os palestinos, por seu lado, querem que Israel se submeta à legalidade internacional, que sejam libertados mais de 11,5 mil presos políticos palestinos e que se encontre um caminho adequado de uma paz justa e duradoura para que se possa constituir um Estado Palestino independente e soberano.

Em 29 de novembro de 1947, lembrou Odeh, a Assembleia Geral da ONU aprovou a famosa Resolução 181, posteriormente conhecida como Resolução da Partilha. Esta decisão dispunha sobre a criação de um Estado Judeu e um Estado Árabe na Palestina, com a cidade de Jerusalém regido por um regime internacional especial. Mas dos Estados previstos na Resolução, apenas um foi efetivamente criado: Israel.

A população palestina, atualmente calculada em cerca de 8 milhões de pessoas, vive fundamentalmente em território palestino ocupado por Israel desde 1967 – inclusive Jerusalém, parte da qual se acha sob administração da Autoridade Palestina – em Israel, nos Estados vizinhos e nos acampamentos de refugiados na região.

Odeh explicou que Israel talvez seja o único país no mundo criado por uma resolução das Nações Unidas. “Mas observando as posições deste país, pode-se notar que não levam em conta suas resoluções e determinações”.

O secretário Ricardo Abreu, por sua vez, destacou o fato de que existe mais de 14 milhões de descendentes e imigrantes de árabes e palestinos no Brasil, que marcaram profundamente a formação do povo brasileiro, sua cultura, sua língua através da história.

Alemão registrou, também, o espírito de solidariedade presente no movimento social brasileiro em relação à luta do povo palestino por sua libertação. Quando da última invasão do exército israelense na Faixa de Gaza, várias manifestações foram realizadas no Brasil contra o massacre dos palestinos e pela paz na região.

Ronaldo Carmona lembrou também a próxima visita programada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Palestina em março. Será, segundo ele, “um momento especial de solidariedade e de respeito do Estado brasileiro com a Autoridade Palestina e os palestinos em luta por sua autodeterminação”.

Por fim, as duas partes se comprometeram a estreitar cada vez mais os laços de amizade e de cooperação entre o Movimento de Libertação da Palestina (Fatah) e o Partido Comunista do Brasil.

De Brasília,
Pedro Oliveira