Sem categoria

Candidaturas femininas à Presidência são estímulos para mulheres

A candidatura de duas mulheres à Presidente da República – Dilma Roussef e Marina Silva – nas eleições deste ano é considerada um avanço significativo na luta das mulheres, avaliam as deputadas na data em que comemoram o centenário do Dia Internacional da Mulher. Elas creditam o fato à luta pelo empoderamento da mulher e vêem nas candidaturas um estímulo para o aumento do número de mulheres candidatas nos estados.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) faz uma avaliação mais ampla da candidatura de Dilma. Ela explica que “a candidatura de Dilma tem importância para o desenvolvimento do país e é com o desenvolvimento do país que as mulheres podem ter uma participação no progresso. (A candidatura) é importante não só por ser mulher, mas por ser mulher comprometida com um projeto de país avançado.”

Em Ponta Arenas, no Chile, a caminho da Antártida onde vai conhecer o programa brasileiro desenvolvido na região gelada, a deputada comunista demonstrou curiosidade em conhecer a experiência que tem como bandeira a paz e a ciência. “Nesse mundo conturbado em que se vive, essas duas bandeiras indicam o caminho de emancipação da mulher”, disse, dirigindo sua homenagem às poucas mulheres cientistas e comandantes que estão na Operação Antártida.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirma que as candidaturas de duas mulheres ao principal cargo da República encoraja muitas mulheres na disputa nos estados. “No mundo em que tem mais mulheres no poder, tem mais paz, mais democracia”, avalia a parlamentar, acrescentando que a gente quer aproveitar esse 8 de março para estimular as mulheres espalhadas pelo país a seguir o exemplo de Dilma e Marina e possam dar maior contribuição na política nacional.

Dilma como símbolo

As deputadas petistas também avaliam que a candidatura da ministra Dilma expressa não só a defesa e a continuidade do projeto popular bem-sucedido do governo Lula como também a possibilidade de avançar na questão das políticas públicas voltadas para as mulheres.

A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) diz que contribui para essa análise "o fato de termos uma candidata mulher como a ministra Dilma, pelo perfil dela, pela sua trajetória, pelo compromisso com a democracia, com as lutas sociais e as lutas populares", destacou.

"Precisamos consolidar as estruturas de gestão voltadas para a políticas de promoção dos interesses das mulheres. Por que não mais mulheres candidatas a deputadas estaduais, deputadas federais, governadoras? Temos de criar um movimento tendo já como símbolo, como ícone, a própria candidatura da ministra Dilma Rousseff", afirmou Fátima Bezerra.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou que a ministra Dilma á a primeira mulher candidata à Presidência da República com chances objetivas e concretas de vencer as eleições. "E nós vamos trabalhar muito por isso. Tanto pelo projeto político que ela representa como pela quebra de toda uma estrutura cultural que vai olhar para o poder com outros olhos – porque os olhos do poder também serão outros, serão os olhos de uma mulher", disse.

Para Maria do Rosário, é interessante observar que seja o Poder Executivo, "mais conservador, mais tradicional do que o Poder Legislativo, que esteja rompendo essa barreira (de mais participação feminina na política) antes mesmo de o Legislativo ter avançado para patamares mais relevantes de presença feminina dentro do plenário e nos cargos dirigentes da Mesa", disse.

A participação feminina no Congresso hoje é de menos de 10%. "Somos, na verdade, 8,5% dos parlamentares, o que é, entre todos os Parlamentos do mundo, um marco muito negativo para o Brasil. Em termos mundiais nós nos assemelhamos a países onde mulheres estão vestidas com uma burka (vestimenta que esconde o corpo). E nós não usamos burka no Brasil, mas ainda usamos o preconceito", acrescentou Maria do Rosário.

Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier
Com agências