BA: Geração de empregos deve superar 83 mil vagas em 2010

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, divulgada na quarta-feira (10/3), apontou projeções otimistas para a geração de empregos na Bahia, ratificando o crescimento já verificado no estado em 2009, quando foram criados mais de 71 mil postos formais de trabalho. No acumulado dos três anos de Governo Wagner, este número chegou a casa dos 170 mil e, de acordo com o Ipea, em 2010 serão mais 83.160 novos empregos com carteira assinada.

O setor de comércio e serviços de reparação alavanca a economia baiana e desponta como o mais promissor, com 34,5 mil vagas. Construção civil mantém-se como um dos setores mais estabilizados na geração de emprego e se firma na segunda colocação, com estimativa de 17,4 mil. “O setor de comércio e serviços é, naturalmente, o maior empregador; o que é uma característica das economias mais maduras. Já a construção civil tem apresentado crescimento fantástico ultimamente e nós damos essa ênfase principalmente porque acaba incorporando, ao mercado de trabalho, profissionais que não tem muita experiência em outros setores”, avaliou o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre, Nilton Vasconcelos.

Na sequência, a indústria deve gerar 11 mil vagas. Os demais postos se dividem entre os segmentos de alojamento e alimentação (8,7 mil); educação, saúde e serviços sociais (5,8 mil); transporte, armazenagem e comunicação (3,6 mil); administração pública (822); e serviços coletivos, sociais e pessoais (706). “Como esse ano a previsão de crescimento da economia é de 5 a 6%, a projeção do Ipea é absolutamente dentro do possível e, de certa forma, até conservadora”, arriscou Vasconcelos.

O estudo, intitulado Emprego e oferta qualificada de mão de obra no Brasil: impactos do crescimento econômico pós-crise, também delibera sobre a demanda e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho pós-crise. E é daí que resulta um paradoxo ingrato: apesar dos novos 2 milhões de empregos estimados pelo Ipea para todo o país, alguns setores devem padecer de trabalhadores qualificados.

Na Bahia, a projeção é de carência nas áreas de educação, saúde e serviços sociais. Em contrapartida, deve sobrar mão de obra para as vagas criadas em serviços coletivos, sociais e pessoais. “Alguns setores, mais que outros, precisam de mão de obra qualificada para poder se desenvolver. No caso da Bahia, a abertura de novos hospitais já criou uma demanda forte para serviços sofisticados na área da saúde e atendimentos de maior nível de especialização”, pontuou o titular da Setre.

Neste sentido, Vasconcelos defende que os programas de qualificação sejam acompanhados – e mesmo antecedidos – por investimentos em educação. O estado hoje conta com diversos cursos de qualificação profissional de curta duração (de 200 e 300 horas). O governo também tem investido em educação profissional: o número de vagas saltou dos quatro mil, em 2007, para 30 mil e a previsão é de que alcance a casa dos 40 mil ainda este ano. “São cursos de dois anos de duração com o diferencial de formar um profissional mais especializado”, definiu o secretário. O Governo Federal também ampliou a rede de educação tecnológica com o Cefet que, até o ano que vem, deve chegar a 18 unidades em todo a Bahia. “Então, é isso: compreender que educação é sempre necessário”, finalizou.

De Salvador,
Camila Jasmin