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Obama pede a Netanyahu para silenciar sobre novos assentamentos

O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, reuniu-se nesta terça-feira (23) por 90 minutos com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seguida às visitas do premiê israelense à sede do lobby sionista Aipac e ao Congresso americano.

Alegando temer "perguntas constrangedoras", a administração americana resolveu reunir-se com o premiê israelense a portas fechadas, sem a presença da mídia, a pretexto de "não aumentar a tensão".

Com a reunião terminada, funcionários da Casa Branca, disseram à mídia que os EUA e Israel "concordaram em discordar". E, segundo eles, o presidente Obama deixou de exigir que Netanyahu abandone o projeto de derrubar áreas palestinas e construir assentamentos ilegais em Jerusalém.

Obama pediu que o premiê israelense simplesmente deixe de anunciar novas construções, em uma estratégia que foi chamada de "não pergunte, não fale" por autoridades, em referência à política de gays nas Forças Armadas dos EUA.

Israel anunciou recentemente que construirá 1.600 casas em Jerusalém Oriental, empurrando os palestinos para fora de qualquer tipo de negociação de paz.

Segundo a mídia, a declaração teria causado irritação no governo americano, mas as mostras de "eterna paixão" feitas pelos representantes americanos, como a secretária de Estado Hillary Clinton ou a presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, de que a aliança com Israel era "tão sólida como uma rocha", desnudaram o drama de teatro construído ao redor do "desentendimento" entre os dois governos.

Horas antes de Netanyahu chegar à Casa Branca, Israel anunciava mais construções em Jerusalém, irritando ainda mais os palestinos, esses sim, os mais atingidos pela "crise" desatada entre os dois países.

"Um tapa estalado"

Na Cisjordânia, os palestinos responderam com irritação a mais nova desfaçatez dos ocupantes israelenses. O ministro da Autoridade Nacional Palestina para Assuntos de Jerusalém, Hatem Abed el-Qadem, afirmou que ao anunciar novas construções durante a visita a Washington, Netanyahu aplicou "um estalado tapa na cara do presidente americano".

"Foi um tapa estalado na cara de Obama, dentro da casa dele. Netanyahu se sente protegido pelos lobistas da Aipac, se sente o dono dos Estados Unidos", assinalou.

Da redação, com agências