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PAC 2 provoca debate entre deputados sobre eleição presidencial

O anúncio da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve repercussão no Congresso, com elogios dos governistas e críticas da oposição, esquentando o debate eleitoral que se avizinha. A oposição acusa o Programa de “eleitoreiro”; os governistas, liderados pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE), querem um debate sobre o governo passado dos tucanos e o governo atual do Presidente Lula.

O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) diz que “não dá para fazer opção política simplesmente em achismo. Não podemos apostar em algo imponderado; temos que apostar em algo que é concreto, visível, que se comprove, que se mede, que se apura, que se avalia. E hoje nós podemos avaliar o Brasil como um País que cresce, distribui renda, assume a sua postura de Estado indutor, Estado que planeja e que equilibra as relações federativas.”

Ferro ironiza as críticas da oposição: A oposição diz que o PAC é uma ficção, mas não é o que a população brasileira julga”, diz, acrescentando que “o Brasil assiste as obras que estão sendo realizadas, a infraestrutura que está sendo erguida e o canteiro de obras que temos hoje no Brasil, responsável pela melhoria de vida do nosso povo.”

Ele citou o texto de um jornal insuspeito, o Wall Street Journal, dos Estados Unidos, que diz claramente que para o Brasil o futuro chegou. “Ou seja, a mídia, a imprensa internacional reconhece que o Brasil vive um momento extremamente importante em se tratando de desenvolvimento e sustentabilidade, colocando o País entre as nações que despertaram de vez para o crescimento, preenchendo aquele que sempre foi o nosso sonho: dizer que o Brasil é o país do futuro.”

E destaca que, ao contrário da oposição, que tem suas críticas reverberadas pela grande mídia, o povo brasileiro reconhece isso: “Não é à toa o apoio recebido pelo Presidente Lula. A população percebe que a sua vida melhorou, pois há mais emprego, renda e oportunidade. É exatamente isso que faz com a população brasileira valorize, respeite e goste deste Governo.”

O líder do PT na Câmara diz que a visão política da oposição “é tecnocrática, materialista, que só concebe como obra o que é de concreto, pedra e cal. Esquecem-se do ser humano, das pessoas. Este Governo, além de se preocupar com as pessoas, foi o que mais fez, nos últimos anos, em termos de geração de energia elétrica, de estradas, que estão sendo duplicadas, de ferrovias; em termos de construção de universidades e de implantação de polos educacionais em todo o País.”, enumerou.

Heranças: maldita e bendita

Para Eduardo Valverde, “o PAC 2 não é tão-somente um conjunto de obras, apesar de obras serem importantes, principalmente para os Estados do Norte e do Nordeste, que dependem de ter sua economia induzida para gerar trabalho e renda, mas principalmente no tocante a uma concepção de Estado que agora se fortalece, superando uma visão de Estado reducionista, um Estado que não se via enquanto Estado, onde o controle, a regulação e as definições eram dados pelo mercado.”

Ele engrossa o discurso da comparação entre o Estado neoliberal e o novo Estado que ressurge a partir de 2002. Depois da crise que o Brasil vivenciou na década de 1990, constantemente em crise econômica, e que a cada momento um plano salvador era feito, planos que eram feitos em cima de retirada do poder de compra dos trabalhadores, o Estado de hoje é um Estado que planeja, que investe e que desenvolve com distribuição de renda.

E afirma que: “esse cenário não foi construído por acaso. O Estado tinha que assumir o seu papel de indutor da economia, do desenvolvimento com outra qualidade e outra cara, que insere milhões de pessoas, diferentes do que fora no passado, em especial no período do chamado milagre brasileiro, quando o Brasil crescia a taxas altíssimas. Mas esse crescimento não era usufruído pelo povo brasileiro, havia uma concentração de renda muito profunda.

Tranquilidade das mães

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Vanessa Grazziotin (AM) destacou, no pronunciamento da ministra Dilma Rousseff, quando ela falou do novo rumo que o Brasil vem tomando a partir da eleição do Presidente Lula, que tem como prioridade o trabalhador, a geração de emprego, o desenvolvimento da infraestrutura e, ao mesmo tempo, a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

“No Brasil, quem mais se beneficia com o PAC são aqueles que ganham menos de cinco salários mínimos. O lançamento do PAC 2 é muito importante e dará continuidade ao PAC 1. Além do Luz para Todos, temos o Água para Todos e creche para todas as crianças brasileiras”, afirmou.

Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o anúncio do PAC 2 “é muito animadora para nós, da bancada feminina, que discutimos com a ministra Dilma Rousseff a possibilidade de se incluir no Programa as creches, tendo em vista que não tinha havido ainda nenhum investimento nesse sentido.” Ela destacou que são mais de 8 bilhões de investimento na educação de zero a 5 anos de idade, que é a idade das crianças que precisam de creche.

A parlamentar falou sobre a necessidade das mães ficarem tranquilas quando deixam seus filhos em uma creche sustentada por recursos públicos e que atende bem aos seus filhos. “É essa dignidade e tranquilidade que queremos às nossas crianças e mães, que vão poder, ainda no Governo do Presidente Lula, contar com creches em todos os municípios”.

Aceleração da cidadania

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) também destacou a ênfase do PAC na inclusão social. E destacou que o Programa “chega com a missão de manter a roda da economia girando, investindo em obras e ações que diminuem as desigualdades e geram ainda mais qualidade de vida para os brasileiros.”

Para ele, nas eleições deste ano, “temos de estabelecer um paralelo entre a política neoliberal dos tucanos e o nosso Governo.”

O deputado Luiz Couto (PT-PB) também elogiou o aspecto social que está sendo destacado no PAC 2. “A primeira coisa importante que disse a ministra Dilma é que o PAC 2 não é Programa de Aceleração do Crescimento 2, mas plano de aceleração da cidadania”, afirmou Couto.

Ele destacou que o Cidade Melhor, que tem por objetivo enfrentar os principais desafios das grandes cidades, propiciando melhor qualidade de vida. “Temos que construir nas cidades uma cultura de paz e não de violência, uma cultura de solidariedade e não de competição. Temos que construir nas cidades a luta permanente para combater o crime organizado, o narcotráfico, a exploração sexual de crianças e adolescentes.”

Também enfatizou o Comunidade Cidadã, que pretende aumentar a presença do Estado nos bairros populares, com o objetivo de ampliar a cobertura dos serviços do Estado — saneamento, habitação, educação, infraestrutura, esporte, creche, espaço para os idosos, “mostrando com clareza que devemos cuidar das cidades, sem esquecer os bairros, onde mora a maioria da população, que merece contar na periferia com os serviços, para trazer dignidade a todos.”

Ato eleitoreiro

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), criticou o lançamento da segunda edição do PAC dizendo que era ato eleitoreiro, “com direito a choro e emoção”, em referência a voz embargada da ministra Dilma Roussef quando afirmou que o PAC será uma “herança bendita” que o governo Lula deixará para seu sucessor.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), também fez críticas ao PAC, acusando o governo de “mistificar” o programa apenas para associá-lo com a candidatura da ministra. Para ele, a propaganda gera na população a sensação de que realmente as obras são executadas e os recursos aplicados. “Enquanto isso, a execução real continua a passos lentos”, criticou.

Da sucursal de Brasília