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No Dia do Jornalista, Fenaj faz ato por diploma

 A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) prepara manifestações para marcar o dia do Jornalista, celebrado nesta quarta-feira (07/04). A entidade definiu com os sindicatos, reunidos no Conselho da Entidade, dia 27/03, a agenda de atividades, que tem como objetivo a aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs), que tramitam na Câmara e no Senado, em favor da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.

“Todos os sindicatos estão preparando atividades. O eixo disso é a nossa luta pela exigência de diploma para atuar como jornalista. Estamos organizando manifestações junto ao Parlamento, Assembleias, junto aos deputados”, explicou Celso Schröder, vice-presidente da Fenaj.

De acordo com Schröder, a ideia da entidade é chamar a atenção para o debate sobre a profissão. “O dia vai ser lembrado pela reinvidicação da categoria. Existe um silêncio da grande mídia sobre esse assunto. A ideia é construir esse debate via imprensa alternativa e furar um pouco isso, além de dar ritmo aos nossos trabalhos na tramitação das PECs”.

No sindicato de Brasília, por exemplo, as atividades se concentrarão no Congresso Nacional, pela aprovação das PECs. Do outro lado da polêmica que envolve o diploma, o sindicato dos jornalistas de Santa Catarina realizará um seminário para debater a filiação de jornalistas sem formação superior específica.

Obrigatoriedade do diploma não é defesa só dos patrões

Para o jornalista Pedro Pomar, que faz oposição à atual diretoria da Fenaj, tem sido inadequado o procedimento da Federação de "reduzir à mera defesa de interesses patronais as críticas à obrigatoriedade do diploma". O jornalista alerta, entretanto, que "a defesa dessa exigência não pode ser identificada automaticamente com a defesa de interesses corporativistas de sindicatos, donos de faculdades particulares ou professores de jornalismo". 

O jornalista ataca a decisão do STF e as empresas de comunicação, dizendo que quem realmente fere os princípios de liberdade de expressão são os conglomerados de mídia que monopolizam a comunicação no país: “Quem aplaude esta decisão [a derrubada do diploma]? SIP, Folha de S. Paulo e Grupo Abril, que são os mesmos que querem sabotar a Confecom . Por isso, devemos ter em mente que esta é uma disputa política”, defendeu o jornalista, em debate realizado em novembro, durante o Fórum Paulista em Defesa do Diploma de Jornalista.

Liberdade de empresa

Já o pesquisador Venício de Lima acredita que a dispensa de diploma para a prática jornalística não trará grandes mudanças para a imprensa brasileira. Para ele, é bem clara a primazia da opinião das empresas sobre a opinião dos profissionais na definição das pautas e na própria prática jornalística cotidiana. “O jornalista já funcionava como um profissional qualquer. Só que as pessoas muitas vezes ignoram o fato de que esse exercício profissional era feito em empresas que têm, como quaisquer outras empresas capitalistas, sua ética e seus objetivos voltados para o lucro”, afirmou.


Para ele, as discussões sobre a necessidade ou não de diploma para o exercício jornalístico "costumam confundir liberdade de expressão com liberdade de imprensa, e liberdade de imprensa com liberdade de empresa". Segundo o pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (Nemp) da Universidade de Brasília (UnB), Venício Lima, essa confusão ficou evidente durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Da redação, com Comunique-se, blog Laudas Críticas e Blog do Gutemberg