Jô reage a insulto de Bolsonaro a Dilma

Diante da agressividade o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ), que da tribuna da Câmara chamou  a ex-ministra e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff de “ladra”, e acusou-a de ter pertencido “a várias entidades criminosas semelhantes às FARC ou à al-Qaeda”, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) fez uma emocionada defesa da democracia e da liberdade.

Jo Moraes

Diante da agressividade o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ), que da tribuna da Câmara chamou hoje (8) a ex-ministra e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff de “ladra”, e acusou-a de ter pertencido “a várias entidades criminosas semelhantes às FARC ou à al-Qaeda”, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) fez uma emocionada defesa da democracia e da liberdade.

Homenageou aqueles que lutaram, foram torturados e perderam a vida nos anos de ditadura militar. Emocionada, deu seu testemunho: “Fui presa duas vezes, vivi 10 anos na clandestinidade. Minha mãe morreu sem que eu pudesse velar seu corpo, porque ali me esperavam para me prender”.

Jô destacou que a democracia, conquistada pelo povo brasileiro na sua luta pela liberdade, é que permite que um deputado, no caso Bolsonaro, “venha atacar exatamente a democracia e a liberdade”. E questionou: “Como se ataca uma pessoa como a ex-ministra Dilma Rousseff, por ter dado o melhor de sua juventude à luta pela democracia, à luta pelo direito, inclusive daqueles que podem vir aqui atacar a democracia?”

Metralhadora
Em seu discurso, Jair Bolsonaro revelou que no dia anterior havia questionado o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre a criação da Comissão Direito à Memória e à Verdade, em razão de ser composta por cinco representantes do governo, entre as quais a sucessora de Dilma Rousseff, e um da pasta da Defesa.

Além de levantar suspeitas sobre a confiabilidade deste último, ele ainda ponderou que “na melhor das hipóteses seria cinco contra um”. E que Jobim teria lhe dito que a proposta poderia ser emendada na Câmara. Bolsonaro não só tachou isso de impossível, por considerar que não teria maioria para promover as mudanças, quanto disparou: “Eu quero apurar, por exemplo, o que a Dilma Rousseff e o Carlos Minc fizeram com os 2 milhões e 800 mil dólares que eles roubaram do cofre do Adhemar, da senhora Anna Gimel Benchimol Capriglione?

O que a ladra Dilma Rouseff fez com essa grana?Quero apurar também o que o seu amigo, Carlos Minc, fez com os 45 milhões de reais que ele, Carlos Minc, roubou do Banco Andrade Arnaud no Rio de Janeiro, onde, inclusive, foi assassinado o comerciante Manoel da Silva Dutra, vítima de latrocínio?Essas são as pessoas que vão indicar os integrantes da Comissão Direito à Memória e à Verdade. Isso é uma covardia!”

Cuba
Bolsonaro também levantou suspeitas sobre os motivos que levaram o ex-ministro da Cultura, Carlos Minc, a ficar dois anos em Cuba. “Quero saber também por que o Carlos Minc esteve 2 anos em Cuba. O que ele fez em Cuba? Foi aprender ecologia em Cuba ou foi aprender a torturar, a preparar artefatos bélicos, a sequestrar, a roubar, a impor o terror? Queremos saber isso aí. E essa Comissão não vai apurar nada disso”.

Ele disse ainda querer saber “da participação da Dilma nesses grupos terroristas que assassinavam, que torturavam, que matavam, que roubavam. Queremos saber.Quem quiser, é só me ligar que mando a ficha da Dilma, antes de votar nela. Qual é a ficha dela e o que nos espera, Senhor Presidente?”Redenção

Apesar da virulência dos ataques, a deputada federal Jô Moraes, homenageou Dilma Rousseff, “que o povo brasileiro permitiu que representasse a perspectiva histórica da redenção, não apenas do povo, não apenas do País, não apenas da sua juventude, mas sobretudo das mulheres”.

E pontuou: “Há os que temem a democracia e a liberdade, mas há também aqueles que dão a sua própria vida, a sua própria generosidade”

Eis a íntegra do discurso da deputada Jô Moraes:

"Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, Belo é o regime democrático, bela é a democracia. A democracia, conquistada pelo povo brasileiro na sua luta pela liberdade, permite que um Deputado desta Casa venha atacar exatamente a democracia e a liberdade.

Alguns dizem que pouco importa responder, que é um direito dele. Sim, é um direito dele, mas o povo brasileiro sabe que foi com muita dor, muita morte e muito sacrifício que conquistamos a democracia. Como se ataca uma pessoa como a ex-Ministra Dilma Rousseff, por ter dado o melhor da sua juventude àluta pela democracia, à luta pelo direito, inclusive daqueles que podem vir aqui atacar a democracia?

Não posso furtar-me à necessidade fundamental de prestar uma homenagem à ex-ministra Dilma Rousseff, à sua geração, a qual integro, por tudo aquilo que demos a este País. Fui presa 2 vezes, vivi 10 anos na clandestinidade, minha mãe morreu sem que eu pudesse velar o seu corpo, porque ali me esperavam para ser presa.

E é por esse sacrifício que queremos prestar esta homenagem à ex-ministra Dilma Rousseff, que o povo brasileiro permitiu que representasse a perspectiva histórica da redenção, não apenas do povo, não apenas do País, não apenas da sua juventude, mas sobretudo das mulheres.

Há os que temem a democracia e a liberdade, mas há também aqueles que dão a sua própria vida, a sua própria generosidade. É sob esse aspecto que presto homenagem à Ministra Dilma Rousseff”.

Bolsonaro

Aqui a íntegra do discurso do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ):

“Senhor Presidente, no dia de ontem, o Ministro Nelson Jobin esteve na CREDEN, para tratar do PNDH-3 e, em especial, da criação da Comissão Direito à Memória e à Verdade. Na ocasião, questionei o Ministro, uma vez que S.Exa se interessa em apurar os 2 lados da contenda, a respeito da composição dessa comissão, composta por meia dúzia de integrantes, que está completamente desigual – são 5 indicados pelo Governo, inclusive 1 pela própria sucessora da Dilma Rousseff, e apenas 1 do Ministério da Defesa, se é que podemos confiar nesse 1.

Na melhor das hipóteses, será 5 a 1 para eles. E eu perguntei ao Ministro, então, o que fazer, e Sua Excelência me disse que eu deveria emendar o projeto aqui.Ora, como eu vou emendar o projeto aqui, alterando a comissão, para colocar 1 integrante do Clube Naval, outro do Clube Militar, outro do Clube da Aeronáutica, outro do Grupo Terrorismo Nunca Mais? Eu não vou ter apoio. É a comissão da calúnia que se está instalando! Por que eu quero gente assim do outro lado, no meu entender do lado da verdade? Mas quem não tem medo da verdade não poderia temer a minha indicação!

Eu quero apurar, por exemplo, o que a Dilma Rousseff e o Carlos Minc fizeram com os 2 milhões e 800 mil dólares que eles roubaram do cofre do Adhemar, da senhora Anna Gimel Benchimol Capriglione?

O que a ladra Dilma Rouseff fez com essa grana?Quero apurar também o que o seu amigo, Carlos Minc, fez com os 45 milhões de reais que ele, Carlos Minc, roubou do Banco Andrade Arnaud no Rio de Janeiro, onde, inclusive, foi assassinado o comerciante Manoel da Silva Dutra, vítima de latrocínio?Essas são as pessoas que vão indicar os integrantes da Comissão Direito à Memória e à Verdade. Isso é uma covardia!

Quero saber também por que o Carlos Minc esteve 2 anos em Cuba. O que ele fez em Cuba? Foi aprender ecologia em Cuba ou foi aprender a torturar, a preparar artefatos bélicos, a sequestrar, a roubar, a impor o terror? Queremos saber isso aí. E essa Comissão não vai apurar nada disso.

A Dilma Rousseff, inclusive, pertenceu a várias entidades criminosas semelhantes às FARC ou à al-Qaeda, como a VPR, a Var-Palmares, a Colina, onde foi assassinado o capitão Chandler pelo Diógenes,do PT, onde foram assassinadas também várias outras personalidades internacionais e algumas aqui no Brasil. Então, queremos saber a participação da Dilma nesses grupos terroristas que assassinavam, que torturavam, que matavam, que roubavam. Queremos saber.

Quem quiser, é só me ligar que mando a ficha da Dilma, antes de votar nela. Qual é a ficha dela e o que nos espera, Sr. Presidente?Um minuto para concluir, porque estou pedindo voto para Dilma Rousseff, Senhor Presidente.

Uma vez que esse pessoal de esquerda se orgulha tanto do seu passado, vamos mostrar a ficha deles. Recebiam o dinheiro de Cuba para lutar por democracia no nosso País.

Só um idiota para acreditar nisso. O PT não reconhece as FARC como organização criminosa, muito menos o MST. O PT não reconhece presos políticos em Cuba. O PT é amigo da escória da América Latina, entre eles o Evo Morales, agora o Mujica no Uruguai.

Quer a bomba atômica para o Irã, para o Ahmadinejad. Que País é este? Para onde estamos caminhando?E, meus colegas, vocês que estão apoiando o PT aqui, a candidata Dilma, não se esqueçam, quando eles tiverem noção de estarem seguros no poder, vocês serão simplesmente expurgados da vida pública no nosso País e será implantada a ditadura do proletariado aqui.”

Acesse www.jomoraes.com.br