Vereadora comunista homenegeia Levante de Varsóvia

Vereadora Maria Lúcia Scarpelli rememora acontecimento ao lado da primeira dama de Belo Horizonte, Regina Lacerda, e da Fundação Israelita de Minas Gerais, na Câmara Municipal de Belo Horizonte

- André Paiva

Por iniciativa da vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), em parceria com a Federação Israelita de Minas Gerais, foi realizada  na Câmara Municipal de Belo Horizonte, reunião especial em Rememoração aos 67 anos do Levante do Gueto de Varsóvia e do fim das atrocidades do Holocausto ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial. Evento que por mais de dez anos é celebrado por indicação da parlamentar.

Para Scarpelli, o objetivo da solenidade é mostrar para o mundo o que a memória não apagou. Seis milhões de judeus, entre eles um milhão de crianças, mortos durante o holocausto nazista não serão esquecidos. A única forma de evitar que um crime horrível contra a humanidade ocorra novamente é não se esquecendo dele, jamais”. Segundo a parlamentar, as pessoas tem que referenciar os guerrilheiros que morreram em combate e aqueles que se salvaram do extermínio. “Quero que não se repita o que aconteceu no passado”, completou.

Na composição da mesa neste ano, uma convidada especial: a primeira dama de Belo Horizonte, e psicóloga, Regina Lacerda, que emocionou todos os presentes com o seu discurso sobre o Holocausto e sobre sua história de vida. “Algumas pessoas me perguntam o que me levou a ter interesse em estudar sobre o Holocausto. Perdi meus pais ainda criança, quando tinha sete anos, e fui viver com o meu avô. Ele era idoso e paralítico e sempre me pedia para ir a Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade, para pegar livros a fim de que eu pudesse ler para ele. Um dia, indo a Biblioteca, peguei os livros que ele tinha indicado e outros dois que achei interessante. Eles falavam sobre o Holocausto. Meu avô me perguntou o motivo pelo qual eu teria escolhido aqueles livros. Eu não soube responder. Para falar a verdade até hoje não sei. Foi ali que tudo começou.”, contou.

De acordo com a psicóloga – que durante sua vida procurou por meio de viagens no exterior, visitas a museus, visita a expedicionários, para desvendar os mistérios de seu interesse inexplicável pelo Holocausto – participar de um evento como o promovido pela vereadora Scarpelli é um motivo de honra e satisfação. “É como se minha alma tivesse fechado o ciclo necessário da minha busca. Uma pecinha do meu quebra-cabeça emocional parece que foi encontrada”, concluiu.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, Marcos Movetzsohn Coelho, disse que mais uma vez exalta e reforça a necessidade de recordar “Lembramos das vítimas do passado. Nossa comunidade relembra e nossas gerações jamais esquecerão”, enfatizou.
Na ocasião foi entregue um Certificado à Federação Israelita firmando, novamente, o compromisso da Casa Legislativa com a lembrança do Holocausto, deixando para as novas gerações um legado de lutas e contrário à discriminação.

Participaram também da reunião, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), o deputado estadual Carlim Moura (PCdoB), o diretor da Fundação Israelita, Marcos Brafman, o segundo vice-presidente da Federação Israelita do Estado de Minas Gerais, Eduardo Kuperman, o cônsul da Polônia, Sério Pitchon, o representante da Força Expedicionária Brasileira (FEB), capitão Divaldo Medrado, o rabino da Congregação Israelita Mineira, Leonardo Alanati, o rabino da Congregação Israelita Mineira, Nissim Katri, e vice-presidente estadual do PCdoB, Zito Vieira.

De Belo Horizonte,
Mariana Borges