Construção do socialismo é algo vivo, diz embaixador do Vietnã

Duong Nguyen Tuong (centro), acompanhado de delegação, conversa com comunistas brasileiros

Acompanharam a reunião dois representantes da embaixada vietnamita e os membros do Comitê Central, Ronald Freitas, secretário de Planejamento, e Sérgio Barroso, diretor da Fundação Maurício Grabois.

Dentre as decisões tomadas durante a reunião estão a implementação de ações visando aproximar ainda mais os dois partidos – como um encontro, em breve, entre o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e o embaixador Duong Nguyen Tuong .

Também estão previstas trocas de delegações com o objetivo de que os comunistas vietnamitas e brasileiros aprendam mutuamente sobre o processo de construção do socialismo no Vietnã, o atual processo político brasileiro e troquem experiências sobre a construção partidária, a política de quadros e de formação e o trabalho com a juventude. Além disso, em breve os dois partidos devem assinar acordo de cooperação prevendo atividades variadas, entre elas a troca de pesquisadores da Fundação Maurício Grabois e de institutos vietnamitas.

Em 2011, o Partido Comunista do Vietnã realizará seu próximo congresso. “Será uma oportunidade para ouvirmos o nosso povo”, esclareceu Duong Nguyen Tuong. Segundo ele, “este é um aspecto fundamental de nossa democracia porque hoje o PCV é um partido nacional, vanguarda dos trabalhadores e do povo”.

Relações Brasil-Vietnã

Do ponto de vista das relações entre os dois países, estão agendados encontros entre o diplomata e autoridades do governo brasileiro. “As relações com o Brasil são muito boas. Queremos assinar acordos envolvendo a área de petróleo, a agricultura e parcerias técnico-científicas”, colocou Duong Nguyen Tuong.

Apesar de ressaltar a distância como um dificultador das relações, o embaixador salientou que ainda há muito espaço para ampliação dos negócios entre Brasil e Vietnã. “Temos uma relação comercial que movimenta 560 milhões de dólares e estamos tentando chegar ao final deste ano com 800 milhões, mas ainda é pouco. Tudo isso pode ser ampliado”, disse.

Debate estratégico e eleições

	Barroso, Alemão e Freitas durante reunião

Inicialmente, a reunião entre os dirigentes tratou da atual crise do sistema capitalista, a decadência relativa dos Estados Unidos no plano mundial, a tendência crescente à multipolarização e a experiência de ampliação de governos populares e de esquerda na América Latina.

O Programa Socialista do PCdoB foi outro ponto de pauta das conversas. “Dentro de nossa estratégia de transição para o socialismo nas condições brasileiras, sabemos a importância que tem a acumulação revolucionária de forças”, explicou Alemão.

Neste sentido, “os dois mandatos de Lula, a busca pela eleição de Dilma Rousseff e a implantação de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento são passos fundamentais no rumo da transição ao socialismo, nosso rumo”, explica.

Dentro desse novo projeto, destacam-se, como questões-chave, a integração regional, a soberania nacional, a democracia e as conquistas sociais. Para alcançar tais objetivos, Alemão lembrou que os comunistas brasileiros investem na atuação institucional – em governos e parlamentos –, nos movimentos sociais e no campo da luta de ideias.

Alemão também tratou da importância do pleito deste ano para a continuidade do ciclo aberto por Lula tanto através da eleição de Dilma Rousseff quanto na escolha de novos governantes e parlamentares “comprometidos com um programa avançado para o Brasil”.

Da redação