Greve: Médicos Peritos não reconhecem legitimidade de negociações

Em greve há mais de 50 dias, os médicos peritos de Fortaleza se reuniram na sede do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará para protestar contra a atitude do presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes, que negociou com o Ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, sem a autorização da Associação Nacional dos Médicos Peritos – ANMP, que já havia protocolizado10 ofícios solicitando audiências com o ministro Gabas, sem nunca ter recebido nenhuma resposta.

A perícia médica previdenciária não reconhece a legitimidade das negociações travadas entre o Ministério da Previdência e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM). Para os peritos, o ministro Gabas atropelou as negociações que vinham se encaminhando positivamente entre INSS, MPOG e ANMP, para retroagir à estaca zero demonstrando um completo despreparo para ocupar um cargo de tamanha relevância no governo.

Segundo os médicos, as propostas apresentadas à FENAM não trouxeram nada de novo. Todas elas já haviam sido aceitas pela perícia médica previdenciária em sua Assembléia Geral Extraordinária do dia 11 de agosto. Já sobre os pontos fundamentais para a categoria não houve avanço com a FENAM, como a questão da jornada de trabalho de seis horas ininterruptas para a perícia médica previdenciária e a não negociação do direito do exercício da autonomia do ato médico.

O pior, segundo ainda os peritos, foi a declaração do Presidente da Fenam, Cid Carvalhaes, ao defender que os peritos, em greve legal, façam mutirões para pagar as horas não trabalhadas legalmente. Ao propor que a categoria faça "turnos", ou mutirões para cobrir a demanda, que é eterna, Carvalhaes adota o discurso mais patronal da história do sindicalismo brasileiro.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Médicos do Ceará