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Massacre no México deixa 72 mortos; 4 são brasileiros

O vice-cônsul do Brasil no México, João Zaidan, viaja nesta quinta-feira (26) à San Fernando, cidade mexicana onde ao menos quatro brasileiros foram mortos em uma chacina realizada pelo cartel Los Zetas.

Autoridades mexicanas encontraram 72 corpos de imigrantes ilegais nesta terça-feira (24) em um rancho, no estado de Tamaulipas. Eles foram alertados sobre o crime pelo único sobrevivente, um equatoriano, que teve que se fingir de morto para sobreviver.

Além de Zaidan, uma delegação de diplomatas de El Salvador, Honduras e Equador também segue para o local para verificar a nacionalidade das vítimas e o andamento das investigações.
Com a chegada dos diplomatas, deve começar o trabalho de identificação dos corpos. O cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Lage, disse em entrevista à Folha.com que não descarta que o número de brasileiros mortos aumente durante a identificação dos cadáveres.

O massacre

Depois de se fingir de morto, o sobrevivente identificado apenas como Freddy, chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre.

Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso quando tentavam chegar à fronteira com os Estados Unidos. Segundo o sobrevivente, os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas e resolveram assassinar os imigrantes após eles recusarem a oferta de trabalhar como matadores de aluguel para a organização criminosa. Eles teriam oferecido US$ 1.000 quinzenais.

Após a declaração dele às autoridades, as forças da Marinha do México foram até o local. Houve uma troca de tiros, que matou um militar e três criminosos. Em seguida, as autoridades encontraram os corpos de 58 homens e 14 mulheres..

As autoridades detiveram ainda um jovem na fazenda, onde também foi recolhido um arsenal com ao menos 21 armas de grande calibre, fuzis, escopetas, rifles e carregadores.

Onda de violência

Nos últimos anos, o México vem assistindo a uma escalada de violência por conflitos das forças de ordem com os cartéis narcotraficantes, e entre os próprios grupos ilegais.

Desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón mobilizou as Forças Armadas para combater os criminosos, já foram assassinadas pelo menos 28 mil pessoas no país, de acordo com dados oficiais.

Em 2009, a Comissão de Direitos Humanos estimou que 10 mil imigrantes, a maioria centro-americanos, foram sequestrados no México em seis meses, e a maioria de sobreviventes identificou os raptores como membros dos Zetas.

Nos últimos dois meses e meio, foram encontrados duas grandes valas clandestinas no país. As autoridades acreditam que foram usadas por matadores do narcotráfico para desfazerem-se de corpos de inimigos.

Em 7 de junho foram encontrados 55 corpos em uma fossa clandestina junto a uma mina do histórico povoado de Taxo (sul do México). Em 24 de julho, foram encontrados mais 51 corpos em nove valas no Estado de Nuevo Léon (norte), que também é disputado entre o Cártel del Golfo e o Los Zetas.

Informações Folha.com