Metalúrgicos: empresa mantém trabalhadores em “cárcere privado”

A Ferbasa, produtora de ferro e aço, localizada em Pojuca, Região Metropolitana de Salvador, está mantendo cerca de 50 funcionários em “cárcere privado” há mais de 30 horas. Logo que a greve dos metalúrgicos foi deflagrada na empresa, a direção proibiu a saída dos trabalhadores que já estavam no local.

Segundo o Sindicato da categoria, a Ferbasa montou todo um esquema para tentar manter parte da produção funcionando, inclusive com o fornecimento de um “kit”, que inclui até colchões. Parentes dos trabalhadores relataram aos dirigentes sindicais que eles estão dormindo no auditório da empresa. “Ainda não sabemos quais as condições de higiene e de alimentação na empresa. Mas, tudo indica que os empregados estão em situação precária. Por isso, já denunciamos o caso à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego”, diz Antônio Viana Balbino, presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia.

A Ferbasa também estaria obrigando os trabalhadores a entrarem nas dependências da fábrica por um matagal. “A presença de animais peçonhentos pode colocar os trabalhadores que passam por ali em risco. A maioria dos 1.200 funcionários não tem plano de saúde, item que também integra a pauta de reivindicações da campanha”, diz Balbino.

A greve dos metalúrgicos na Bahia, que começou no dia 8, já paralisou mais de 50 empresas. Nesta quarta-feira, mais uma grande fábrica teve as atividades interrompidas. A Bosch, localizada em Simões Filho, produz peças automotivas e emprega mais de 800 funcionários.

A categoria reivindica, entre outros pontos, 12% de reajuste salarial, enquanto o sindicato patronal oferece 7%. As negociações estão suspensas desde o final do mês passado.

Fonte: Ascom do Sindicato dos Metalúrgicos