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Evento em Brasília pede libertação dos cinco cubanos

Música, poesia, apresentação de vídeos e discursos marcaram o ato que entidades dos movimentos sociais realizaram, na noite desta sexta (17), em Brasília, para manifestar solidariedade aos cinco cubanos antiterroristas injustamente presos nos Estados Unidos. 

O embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, presente ao evento no auditório da CUT-DF, destacou que a única causa da prisão dos cinco é o fato deles serem cubanos, que defendem sua pátria e sua causa. Também foi feito um minuto de silêncio pela morte do Pastor Lucios Walker, estadunidense que defendeu o povo cubano contra os atos terroristas do seu país.

“O ato pequeno, mas grande em sua proposição”, segundo os organizadores, reuniu lideranças sociais, estudantes e a comunidade cubana na cidade, e faz parte da 5ª Jornada Mundial de Solidariedade aos 5 cubanos antiterroristas injustamente presos nos Estados Unidos na data em que completam 12 anos de prisão, no último dia 12 de setembro.

Após a exibição do vídeo Missão contra o Terror, que mostra as causas da prisão, foi lida a carta entregue ao embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, para que faça chegar ao presidente Barak Obama o pedido de libertação dos cubanos. O mesmo texto está sendo distribuído com as entidades sociais e a mídia para que a população tome conhecimento do caso.

Os organizadores também fizeram apelo aos presentes para que enviem mensagem em favor dos cinco cubanos para o twitter de Barack Obama e o site da Casa Branca.

Segundo eles ainda, o ato também tem o objetivo de informar a população porque a grande mídia cerceia espaço para o caso. Os cinco cubanos presos injustamente nos Estados Unidos lutavam contra os atos de sabotagem e terroristas dos Estados Unidos, por meio da CIA e FBI, contra Cuba e o presidente cubano Fidel Castro.

O presidente da Cebrapaz em Brasília, Paulo Guimarães, e o dirigente do PCdoB, Pedro de Oliveira, presentes ao evento, destacaram que as duas entidades assinam o documento pedindo a libertação dos cubanos e que se engajam na campanha de denuncia do caso como mais um ato de perseguição e terrorismo dos Estados Unidos contra Cuba com o bloqueio econômico que produziu enormes prejuízos à ilha.

Terrorismo contra Cuba

O vídeo Missão contra o Terror conta que desde 1959, quando foi vitoriosa a Revolução Cubana, a CIA treinava e armava grupos de cubanos de ultra-direita contra o regime castrista. Os cinco cubanos foram aos Estados Unidos para conhecer e monitorar as atividades terroristas que tinham origem em Miami.

Cuba é um país sitiado pelos EUA, mostra o vídeo, citando o plano dos Estados Unidos de ataque à casa de show Tropicana, em 1994, para desestimular o fluxo turístico provocando danos irreparáveis a Cuba; e o ataque ao Hotel Copacabana, que matou um turista italiano.

A ida dos cinco cubanos a Miami era para monitorar as atividades de sabotagem e terrorismo dos Estados Unidos contra Cuba e preparar sua defesa. Em 12 de setembro de 1998 foram levados de sua casa presos por agentes estadunidenses.

Prisões injustas

O representante da Associação de Cubanos Residentes no Brasil (Ancreb), Tirso Saenz , completou as informações do vídeo sobre a situação dos cinco presos cubanos, destacando os aspectos que demonstram a injustiça no julgamento e na prisão. Apesar das várias tentativas de assassinar Fidel Castro e de terrorismo contra Cuba, os cinco presos em Miami não estavam realizando atividades que afetavam a segurança dos EUA, o que foi provado na defesa durante o julgamento, mas que não impediu a aplicação de prisão perpétua para os acusados, informou.

Ele disse ainda que houve um movimento hostil junto a sociedade com a ajuda da mídia pressionando o júri e os advogados. O julgamento em 2000 durou sete meses – o mais longo dos EUA. A Organização das Nações Unidas (ONU), depois de dois anos de análise do julgamento, determinou que a prisão é ilegal.

Saenz disse ainda que os presos sofrem torturas, isolamento e são impedidos de receber visita dos familiares e de contato com os seus advogados. Também falou sobre a campanha que envolve várias personalidades e entidades internacionais contra a prisão, mas que os EUA ignoram. E que o presidente Barack Obama não fez nada até agora, mantendo a mesma situação de injustiça dos EUA.

De Brasília

Márcia Xavier