MST de São Paulo declara apoio à Leci Brandão

João Paulo, presidente da Federação Nacional do MST, falou da importância do café de manhã em apoio à Leci Brandão. “Fizemos questão de convidar a Leci pela história dela. Quem conhece, sabe que ela tem um histórico de luta lindo, já cantou para o MST, já caminhou conosco. Então, faço questão de apoiá-la. Não temos dinheiro, nem apoio, mas temos militância’, confessou. Paulo convidou Leci para futuras reuniões com o movimento e declarou apoio aberto à candidata. “São Paulo é o estado mais rico, mais conservador, mais elitista e racista da nação. Uma vez na Assembléia, a gente espera ter o apoio da Leci aos movimentos sociais”.

Leci Brandão explicou que nunca exerceu nenhum mandato e debuta na política, mas sempre lutou pelas causas sociais e sempre compôs o que os jornalistas chamaram de ‘música de protesto’. “Quando a mídia falava que minhas canções eram de protesto, eu falava, na verdade, do meu cotidiano, era natural. Todas as minhas propostas hoje são temas de músicas que cantei. E cantei para todos, inclusive para o MST, para os sindicatos. Não existe, por exemplo, sindicato que eu não tenha cantado em São Paulo”, conta.

A candidata explicou que sua história com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra começou quando assistiu nos noticiários, a história de uma moça que militava à frente do movimento e, presa, voltava para São Paulo em um camburão da Polícia. “Me cortou o coração ver aquilo tudo. Aí fiz uma música para a Diolinda e chegou aos ouvidos dela. Desde então, perdi as contas de quantas vezes cantei para o MST. E hoje é uma honra estar aqui como candidata para pedir votos e não como cantora”.

Durante o discurso, Leci Brandão falou sobre a necessidade de uma Reforma Agrária no que se refere à regularização de terras públicas e sobre o fechamento das escolas de assentamento nos campos. “Alguns setores do governo definiram que as crianças devem estudar em escolas urbanas. Mas como, se elas levam, pelo menos, duas horas para chegar?”, questiona. “É muito gratificante e importante para a sociedade discutir essas questões que eu sempre apoiei. Estou dando minha cara a bater há 35 anos. E continuo aqui”, finaliza.

A Campanha na reta final ganhou corpo. Os sindicatos dos Motoboys e dos Gráficos se engajaram no corpo a corpo para pedir voto, centenas de pessoas estão se manifestando em apoio a candidata na internet e, esta última semana, foi realizada uma plenária no Centro de São Paulo para cerca de 400 pessoas. A candidata expôs e debateu grande parte de suas propostas e recebeu, entre as personalidades presentes, a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, João Francisco, representando o Partido dos Trabalhadores, e Wander Geraldo, presidente municipal do PCdoB de São Paulo.

Por Isadora Monteiro