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Ahmadinejad visita o Líbano em meio a polêmicas e tensões

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, chega ao Líbano na quarta-feira (13) para uma visita oficial de dois dias,o que já está suscitando intensa polêmica entre membros da coalizão chamada 14 de Março, liderada pelo atual prmeiro-ministro Saad Hariri, apoiada pelas potências imperialistas.

Segundo o embaixador iraniano no Líbano, Ghazanfar Roknabadi, a visita de Ahmadinejad tem o objetivo de "promover a união entre os libaneses e mostrar o apoio do Irã ao país árabe frente às ameaças de Israel".

Por outro lado, membros da base governista de Hariri consideram que a visita do presidente iraniano aumentará a tensão com Israel.

Em um comunicado, a coalizão 14 de Março declarou que "os partidos políticos do bloco governista expressavam sua preocupação com a visita de Ahmadinejad porque o presidente iraniano considerava o Líbano sua base no Mediterrâneo". Numa afirmação bastante provocadora, o bloco liderado por Hariri afirma: "O 14 de Março vê com muita cautela e suspeita a visita do presidente iraniano ao Líbano, por causa de suas posições anti-paz e sua insistência em considerar o nosso país como uma base iraniana na região", diz o comunicado.

A visita de Ahmadinejad é sua primeira ao Líbano como presidente, e acontece em um momento de crescente tensão no país em torno do Tribunal Especial das Nações Unidas (ONU) que deve indiciar membros do grupo xiita Hezbollah, aliado do Irã, sob a acusação de participação no assassinato do ex-primeiro-ministro, Rafik Hariri, em 2005.

A embaixada iraniana ainda não informou a agenda de Mahmud Ahmadinejad em sua visita ao Líbano. Mas líderes do país prevêem um encontro com o presidente libanês, Michel Suleiman, o primeiro-ministro Saad Hariri e o presidente do parlamento, Nabih Berri.

Além das visitas oficiais, o presidente iraniano deverá se encontrar com o líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah.

A programada visita de Ahmadinejad ao sul do país é que vem causando um temor maior no Líbano. Jornais árabes relatam que o presidente iraniano deve visitar vilarejos do sul que foram bombardeados por Israel na guerra de agressão perpetrada contra o Líbano em 2006.

Prevê-se ainda que o presidente iraniano visitará a fronteira do Líbano com Israel, para atos simbólicos e a inauguração de uma praça, que fica junto à cerca de separação.

O embaixador iraniano no Líbano declarou que a visita de Ahamdinejad tinha o objetivo de demonstrar o desejo de Teerã em dar suporte ao Líbano nos setores de energia, comércio e militar.

Reação de Israel

Segundo a mídia árabe, Israel estaria pressionando diplomatas europeus para pressionarem o Líbano a cancelar a visita de Ahmadinejad. Israel já condenou a visita do líder iraniano e declarou que sua ida à fronteira entre os dois países seria um ato de provocação.

De acordo com jornais israelenses e árabes, Israel enviou mensagens ao presidente libanês, Michel Suleiman, e o premier Saad Hariri, através do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e dos governos americano e francês, avisando que a visita deveria ser cancelada e que poderia desestabilizar a região.

O anúncio de que Ahmadinejad visitará a região fronteiriça entre o Líbano e Israel fez com que este último aumentasse a presença de tropas no local.

Hezbolá

A emissora de televisão Al Manar, pertencente ao Hezbollah, transmitiu no último sábado (9) um apelo aos libaneses para que
organizem uma grande recepção para o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad. "Pedimos que recebam o presidente Mahmud Ahmadinejad na quarta-feira às 07h30 da manhã (01h30 de Brasília) ao longo da estrada do aeroporto", diz o comunicado televisionado, que mostra uma foto do líder iraniano sorrindo.

"O Líbano é o país da resistência. Bem-vindo à tua família!", continua o texto, assinado pelo Hezbolá e pelo partido muçulmano xiita Amal.

Com agências