Sindicato dos bancários do RN é contra o fim da greve

Diretoria do órgão não está satisfeita com a última proposta dos bancos. Assembleia decidirá hoje à noite sobre o futuro da paralisação.

A diretoria do Sindicato dos bancários do Rio Grande do Norte não recebeu bem a nova proposta dos bancos privados e oficiais para acabar com a greve do setor, que já dura cerca de duas semanas. De acordo com a diretora do órgão, Marta Turra, o reajuste salarial médio de 7,5% oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) “está muito longe de repor as perdas dos trabalhadores do setor”.

“Precisamos de no mínimo 24% de reajuste para repor as perdas acumuladas nos bancos privados desde a implantação do Plano Real. Para resolver o problema dos bancos públicos, seria necessário uma correção ainda maior”, disse Marta. Nesta quarta-feira (13), bancários de todo o país devem se reunir para analisar o documento e decidir pelo fim ou a continuidade da paralisação. No Rio Grande do Norte, o encontro está marcado para as 18h30, na sede do Sindicato dos Bancários.

Além de não concordar com a proposta salarial da Fenaban, Marta também criticou o modo como o órgão lidou com as outras reivindicações da categoria. De acordo com ela, questões como a da estabilidade no emprego, isonomia, contratações e distribuição dos lucros entre os funcionários não foram lembradas. “Nossa opinião é a de não aceitar estes termos e seguir com a greve; mas quem decide isso é a categoria”, comentou.

A sindicalista também comentou a orientação dada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que aconselhou, na última segunda-feira (11), que a categoria acatasse as propostas da Fenaban e suspendesse a greve. De acordo com ela, o direcionamento possui motivações políticas. “A Contraf é um órgão governista. Eles estão tentando dar cabo ao movimento para poder se dedicar a campanha da petista Dilma Roussef”, afirmou.

Propostas

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu aos grevistas a proposta de reajuste salarial médio de 7,5%, com aumento real de 3,08%, para os trabalhadores que ganham até R$ 5.250. Para os bancários com salário maior do que isso, a proposta prevê uma parcela fixa de R$ 393,75 ou correção de 4,29% de acordo com a inflação.

A proposta apresentada pela Fenaban também prevê elevação de 7,5% nos vales e auxílios, valorização do piso eu uma PLR maior. Também está prevista uma cláusula de combate ao assédio moral e a implementação de um canal de denúncias para casos de assédio.
 

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