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Socorro Gomes: Dilma representa a luta pela justiça e a paz

Os brasileiros elegerão no próximo domingo, pela primeira vez na nossa história, uma presidente para conduzir o país nos próximos quatro anos. É a esperança e a confiança que nutrimos neste momento.

Por Socorro Gomes*

Dois candidatos disputam o apoio do eleitorado, Dilma e Serra. Cada qual com sua história, seu passado cada qual. Serra tem como principal padrinho o ex-presidente FHC, tendo sido ministro do Planejamento de seu governo e presidente do Conselho Nacional de Desestatização, criado para acelerar a venda das empresas estatais brasileiras. Serra foi o responsável por criar a lista das empresas a serem vendidas, compromisso que ele afirmou, à época, estar empenhado ao máximo: “Estamos fazendo o possível para vender em alta velocidade”, declarou Serra à revista Veja de 3 de maio de1995.

De fato, ele foi extremamente célere e generoso com os grandes grupos econômicos que receberam, numa das mais escandalosas negociatas, o sistema de telecomunicações do Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce, que foi vendida a “preço de banana” – 3,2 bilhões de dólares, o equivalente aos lucros de apenas um semestre da empresa.

O processo deletério de entrega do patrimônio dos brasileiros foi estancado por Lula e Dilma. Porém o estrago foi grande, nem as ações da Petrobras escaparam da sanha privatista do governo de FHC e Serra, que foram vendidas na bolsa de Nova York, abrindo a estrada para a venda da empresa que é dona das gigantescas jazidas do pré-sal, uma das maiores do mundo. O programa de vendas do patrimônio dos brasileiros integrava uma política maior de submissão aos desígnios dos EUA, de aprofundar o domínio e saque não só do Brasil, mas de toda a América Latina, contando, como soe acontecer, com as elites alinhadas e subservientes a seus ditames, como o governo de FHC e Serra no Brasil.

Com esta orientação política as forças que Serra representa levaram o Brasil à quebradeira econômica, com juros da ordem de 45,19%! Não que os juros de hoje sejam saudáveis para a promoção do desenvolvimento com justiça social, mas nem de longe se comparam com os do governo de FHC e Serra.

Campos opostos

No outro campo está o projeto de Brasil e o programa implementado pelo governo que Dilma integra e agora postula a continuidade para acelerar as mudanças.

Em todos os aspectos o Brasil avançou rumo ao fortalecimento de sua independência, contando com suas próprias forças, seus recursos naturais e a energia vigorosa e plena de confiança do povo brasileiro, selando um compromisso de integração solidária e colocando na agenda política a consolidação de relações fraternas com os países latino-americanos, entendendo que para ter força e brecar as investidas do império estadunidense em nossos países, é necessário a união de povos e países sob um novo paradigma, a busca de caminhos que levem à paz e à soberania em nossa região.

Dilma representa o projeto de Brasil que diz não á lei da força bruta nas relações internacionais e defende a paz, de um Brasil que não se submete aos ditames imperiais, que diz não às bases militares estrangeiras em nosso continente, que faz do diálogo altaneiro e firme instrumento para fazer valer a vontade dos brasileiros no mundo, em convívio harmônico e fraterno com todos os povos.

O pior cego é aquele que não quer ver que o Brasil tem trilhado o caminho do desenvolvimento com combate à miséria, ainda aquém do que necessitamos, porém com avanços significativos, com 15 milhões de novos empregos, com remoção de milhões de brasileiros da linha da pobreza absoluta, com milhões de estudantes de famílias de trabalhadores tendo a possibilidade real de obterem formação universitária. São algumas das conquistas que demonstram a diferença da água cristalina da luta pela soberania, a democracia e a justiça social, para o lodo do entreguismo e da submissão aos potentados da era FHC-Serra, da arrogância e truculência das oligarquias tupininquins, ao tratar com países e povos irmãos como o boliviano,o paraguaio e outros.

A eleição de Dilma é fundamental para fazer avançar as transformações necessárias à construção de um país em que seus filhos não sejam predestinados ao calvário dos excluídos ou do exército dos “inempregáveis” como justificava o “mestre de Havard” sua política elitista e de completa insensibilidade para os graves problemas oriundos de uma sociedade injusta e desigual que necessita de urgentes e impostergáveis mudanças.

O projeto de Brasil representado por Dilma Russeff tem o apoio de milhões de brasileiros que sabem o quanto custou em sangue, suor e muita luta chegarmos até aqui. Agora é seguir adiante no combate às desigualdades, tão cultivadas pelas forças que sustentam Serra, que não titubeiam no uso de métodos medievais, demonizando Dilma com fabricação de folhetos difamando e caluniando a candidata, utilizando o fundamentalismo religioso como arma eleitoral, com o objetivo de retornar ao centro do poder.

Quem serve ao projeto de uma nação mais justa, democrática, e de consolidação da integração regional é sem dúvida nenhuma Dilma. O povo brasileiro irá às urnas com otimismo histórico e a auto-estima elevada por um presidente metalúrgico, um operário que soube dar o seu recado: O Brasil tem passado, presente e um futuro que está a ser construído com confiança e sem falsas ilusões.

Dois projetos

O que está em disputa são dois projetos, dois destinos para o povo brasileiro. Apesar do ódio destilado pelos defensores do atraso, apesar da grande mídia comandando a campanha do PSDB e do DEM, a maioria dos brasileiros já disse não ao retrocesso, como atesta a popularidade do presidente Lula, o apreço que os brasileiros lhe demonstram para desespero das forças obscurantistas, o respeito e a confiança em um presidente que buscou ao longo dos sues dois mandatos responder aos desafios impostos por uma política de terra arrasada deixada pelo governo anterior . É uma popularidade imensamente maior do esquálido índice de 20% de FHC quando do fim de seu governo.

Dilma é a representante da vontade e determinação de aprofundar o caminho do progresso social e ampliação das liberdades. É assim e só assim, com a ampla participação popular, que teceremos o amanhã justo e livre.

Domingo estaremos votando com a consciência de que há muito por fazer para enterrar de vez o ódio e a arrogância das elites brasileiras, que como dizia o grande antropólogo Darcy Ribeiro “ são as mais perversas, egoístas e cruéis da terra.” Tão egocêntricas que não perceberam que os brasileiros estão de pé e em luta, com uma enraizada consciência do rumo que vai seguir. O de um Brasil onde todos tenham vez e voz! É Dilma presidente, para o Brasil seguir mudando.

*Presidente do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz