Ativista denuncia reaparição de esquadrões da morte em Honduras
O reaparecimento dos esquadrões da morte em Honduras, depois do golpe militar do 28 junho do ano passado, foi denunciado pela ativista dos direitos humanos Berta Oliva. Em declarações publicadas pelo diário Co Latino, Oliva apontou que esses grupos paramilitares assassinam os opositores de maneira seletiva e os membros do magistério hondurenho são suas principais vítimas.
Publicado 29/10/2010 13:50
"As violações aos direitos humanos, a perseguição e os assassinatos seletivos seguem na ordem do dia, o que indica que o golpe militar continua", advertiu. Oliva, coordenadora geral do Comitê de Familiares de Detentos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh), detalhou que neste ano mataram 10 prefessores, por sua clara oposição ao atual governo, que é uma continuidade do regime golpista.
Oliva, que participou, em San Salvador, do VII Congresso Internacional de Direitos Humanos Herbert Anaya Sanabria, alertou sobre a perseguição seletiva destes grupos paramilitares em Honduras.
De fato, indicou, não matam os líderes dos grupos sociais, senão a seus familiares mais próximos, para gerar ansiedade dentro das organizações opositoras. "Existe um esquadrão da morte chamado CAM (Comando Álvarez Martínez), que realiza uma clara e evidente perseguição", afirmou Oliva.
Ela informou que 56 defensores de direitos humanos estão ameaçados por diferentes grupos armados. Oliva exortou a Organização de Estados Americanos (OEA) a cobrar que os Estados Unidos não apoiem as forças militares hondurenhas, enquanto continuem as violações aos direitos humanos nesse país.
Dirigentes camponeses hondurenhos denunciaram durante o congresso, celebrado na Universidade de El Salvador nos dias 25 e 26 passados, serem vítimas de uma campanha de perseguição para privá-los do direito à terra. Matías Vale Cárdenas, vice-presidente do Movimento Unificado Camponês do Aguán (MUCA), do departamento de Colón, no norte de Honduras, explicou que 16 de seus colegas foram assassinados nos últimos seis meses.
Fonte: Prensa Latina