Sem categoria

Pai de estudante denunciada por racismo repudia preconceito

"A gente acha que os tempos são modernos, mas ainda é como Roma. O pessoal mata e depois aplaude", afirmou à Folha Antonino Petruso, pai da estudante Mayara Petruso, 21, investigada pelo Ministério Público Federal de São Paulo por suposto crime de racismo após mensagens anti-nordestinos postadas no Twitter.

No domingo, após Dilma Rousseff (PT) ser anunciada vencedora das eleições, Mayara publicou no Twitter um pedido: que matassem os nordestinos afogados.

Como vários usuários de redes sociais, a universitária responsabilizava o Nordeste pela vitória – que, na verdade, teria acontecido mesmo sem os votos da região.

Dono de um supermercado em Bragança Paulista (interior de São Paulo), onde mora, Antonino diz não ter um bom relacionamento com Mayara. Tampouco se dão bem, segundo Antonino, a estudante e as três irmãs dela.

A garota é fruto de um relacionamento extraconjugal dele.

Ele afirma que vai repensar se continua com os depósitos bancários mensais na conta da filha. A ajuda financeira, explicou, era voluntária, pois ela já é maior de idade.

"Tenho raiva de quem faz preconceito, seja amarelo, branco, azul, pobre, rico. Se ela realmente escreveu aquilo, vai ter que pagar."

A seccional de Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) protocolou, esta semana, uma ação contra a estudante de direito Mayara Petruso pelos crimes de racismo e por incitação à prática de homicídio pela internet.

"Isso causa uma repulsa muito grande e uma total indignação. Não podemos mais admitir esse tipo de visão odiosa e preconceituosa contra o nordestino. O objetivo da notícia-crime que apresentaremos ao Ministério Público é responsabilizá-la (a estudante) pelos crimes de racismo- que tem pena de reclusão de dois a cinco anos e é inafiançável-e de incitação pública-com pena de três a seis meses de reclusão ou multa. Ela sugere que as pessoas matem os nordestinos, o que caracteriza o incentivo à prática de homicídio", afirmou o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano.

Com informações da Folha