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Kassab e Bornhausen se aliam para golpear família Maia no DEM

Num último ato antes de sua dissolução ou fusão do DEM, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e seus aliados traçaram nesta quinta-feira (11) uma estratégia para ocupação do comando do partido, hoje presidido pelo deputado Rodrigo Maia (RJ). Até o começo desta semana, Kassab defendia uma rápida decisão sobre o futuro do partido, de preferência em fusão com PMDB ou PP. Mas, aconselhado pelo ex-senador Jorge Bornhausen, aceitou engavetar em até três meses esse projeto.

Se fracassar a tentativa de assumir o controle do DEM ou houver o risco de esvaziamento do partido, Kassab e Bornhausen retomam o projeto de fusão. Num almoço na casa de Kassab, prevaleceu o argumento de que mais vale o comando de um partido pronto do que ser incorporado por outra sigla. E que, mesmo para coordenar um processo de fusão, é preciso estar à frente do partido.

O grupo fixou a meta à convocação de eleições internas. A ideia é reproduzir os resultados das urnas no comando do partido, delegando poder a Kassab, Bornhausen, Agripino Maia (RN), Kátia Abreu (TO) e Demóstenes Torres (GO). Mas a convocação das eleições dependerá da Executiva do partido, palco do embate entre o grupo de Kassab e o de Rodrigo. O filho de Cesar Maia tem mandato até o final de 2011 e arregimenta apoio dentro e fora da sigla para resistir ao golpe kassabista.

Um dos participantes do almoço, Bornhausen defende publicamente a concentração de poder na mão de Kassab. "Temos que revitalizar o partido", acrescentou, à saída do encontro. Mas o cacique “demo” não descarta a hipótese de fusão com PMDB e PP, que hoje estão na base aliada ao governo Lula. "Não refugo nada." Segundo lideranças do DEM, Kassab duvida da recuperação do partido e aposta na fusão.

Desde a semana passada, o prefeito de São Paulo consulta aliados sobre a hipótese de filiação ao PMDB, que poderia ser rebatizado de MDB. A filiação do prefeito ao PMDB de São Paulo seria um passaporte para que viesse a concorrer ao governo do estado em 2014. Kassab, atualmente, está órfão do serrismo num território agora controlado pelo governador paulista eleito, Geraldo Alckmin (PSDB).

Alckmin, no entanto, esboça reação. Depois de saber que Kassab estava também convidando parlamentares e prefeitos do PPS e do PTB para irem com parte do DEM para o PMDB, o governador eleito frisou ao prefeito que a melhor opção para DEM e PPS seria uma fusão com o PSDB a fim de fortalecer a oposição. Essa tese é reforçada pelo senador eleito Aloysio Nunes (PSDB-SP), que tenta aproximar o PPS da fusão com os tucanos.

Mas Alckmin, ciente de que dificilmente Kassab abrirá mão de ser uma das principais forças políticas do PMDB em São Paulo, já pensa em ampliar e reforçar seu leque de alianças no estado com PTB, PV, PSB e PDT. Assim, não dependeria de DEM e PMDB para governar e disputar a reeleição em 2014.

Da Redação, com agências