Municípios do Ceará terão reforço do Estado no combate à dengue

O Governo do Estado iniciará uma séria de encontros regionais com o objetivo de antecipar as medidas de combate à dengue, nas cinco regiões do Estado. A medida foi anunciada nesta quarta-feira (17/11) durante o lançamento da campanha do Ministério da Saúde, “Dengue: se você agir podemos evitar”, no Palácio Iracema, com a presença do governador Cid Gomes, do ministro José Gomes Temporão, prefeitos, secretários municipais, Exército e representantes de conselhos de saúde.

Campanha contra dengue

De acordo com Cid Gomes, o governo estadual não medirá esforços para combater a doença, já que o Ceará é um dos 10 estados com risco “muito alto” de epidemia, seguido dos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe. Para isso, até o fim deste mês de novembro serão convocados pela Secretaria da Saúde do Estado, representantes dos 45 municípios cearenses com risco muito alto de epidemia, juntamente com os 41 outros municípios que registram risco alto. Durante o encontro serão definidas as estratégias para a mobilização em todo o Interior. “Temos que levar em consideração que é fundamental a capacitação de profissionais para esclarecer a população sobre os riscos, além de medidas de prevenção. Não há poder público que resolva a questão da dengue, sem a contribuição da população”, resumiu Cid, que fez questão de afirmar toda a disponibilidade do Estado na mobilização. “Vamos percorrer o Ceará com profissionais e material suficiente para conscientizar a população”, reforçou.

O ministro José Temporão anunciou que o investimento em vigilância epidemiológica e em prevenção em todo o País chegará a R$ 1 bilhão. De acordo com ele, dos seis municípios do Ceará que realizaram sobre a presença do vetor, três estão em situação satisfatória (Crato, Maracanaú e Sobral) e outros três (Fortaleza, Caucaia e Juazeiro do Norte) encontram-se em situação de alerta. Ele explicou ainda que no Nordeste, 72% dos criadouros tem relação direta com infraestrutura urbana e abastecimento de água.

O titular estadual da pasta, Arruda Bastos, aproveitou o encontro para convocar os gestores municipais a criarem unidades intersetoriais de saúde para ajudar a eliminar o foco do mosquito nos municípios. Arruda disse ainda que estão em capacitação quatro turmas de médicos pediatras para o manejo efetivo da doença em todo o Ceará.

Saiba mais sobre a campanha

“Os resultados da campanha, com todo mundo agindo e evitando a dengue, depende da articulação do Ministério da Saúde, dos Estados, municípios, sociedade civil, mídia e, em especial, da intersetorialidade”, disse Temporão para uma plateia de prefeitos. O governador reforçou que a dengue é um problema de todos, convocando os prefeitos para um trabalho permanente. Até o final deste mês, Arruda Bastos reunirá os secretários dos municípios com risco alto e risco muito alto de dengue.

A ferramenta “Risco dengue” reforça a necessidade de antecipar as ações de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, antes do período de chuva, articulada com outros setores, além da saúde. Gestores e técnicos das secretarias de Educação, Cidades, Infraestrutura e Semace também participaram da reunião com o ministro. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar, feita em 2009, pelo IBGE, 10 milhões de domicílios no país não têm coleta regular de lixo e 8,1% dos domicílios no Brasil não contam com rede geral de água.

A irregularidade da coleta favorece ao hábito de depositar lixo a céu aberto, que contém latinhas, copos descartáveis e tampas de refrigerantes, criadouros certos para a multiplicação do mosquito. Sem abastecimento regular de água, as donas de casa reforçam o costume, principalmente no interior, de acumular água em baldes e tambores descobertos, contribuindo para a manutenção permanente de criadouros do Aedes aegypti dentro de casa e nos quintais. Esses fatores ambientais e de infraestrutura dificultam o controle da dengue.

Este ano, até a última sexta-feira, 12, o Ceará tem 10.774 casos confirmados de dengue em 117 municípios. Há 16 óbitos confirmados. Desse total, cinco por dengue hemorrágica e 11 dengue com complicação. A cada ano aumenta, conforme mostra o boletim epidemiológico da Sesa, o número de casos da doença acometendo crianças e adolescentes. A média de idade caiu de 38 anos em 2001 para 18 anos em 2008. Focado no diagnóstico precoce e de qualidade para evitar óbitos em crianças e adolescentes, a Sesa não pára de realizar cursos com médicos pediatras. Do dia 19 até o dia 21 deste mês, no hotel Mareiro, está aprofundando ainda mais os conhecimentos de uma turma de pediatras sobre o tratamento da dengue. E já tem outro curso programado com pediatras para o período de 22 a 24 deste mês.

A situação da dengue no Ceará é de alerta, segundo classificação de estratos do Ministério da Saúde porque os índices de infestação predial do mosquito atualmente no Estado é de 1 a 3,9%. Na capital, o índice está em 1,2. Os outros dois parâmetros de classificação do Ministério da Saúde são o de risco de surto, quando os índices de infestação estão acima de 4%, e em condições satisfatórias, com índices abaixo de 1%. Dos 15 municípios brasileiros em situação de risco de surto atualmente nenhum é do Ceará. No Nordeste são os municípios de Ihéus e Simões Filho, na Bahia; Caicó, Ceará-Mirim, Mossoró e São Miguel, no Rio Grande do Norte: Afogados da Ingazeira, Bezerros, Camaragibe, Floresta e Serra Talhada, em Pernambuco. Na região Norte correm risco de surto Rio Branco e Epitaciolândia, no Acre e Porto Velho, capital de Rondônia. O décimo quinto município em situação de surto da doença fica região Sudeste, o município de Caetanópolis.

Fonte: Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado / Sesa