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Meirelles fora do BC: “Tiraram a raposa do galinheiro”, diz Neto

Com a provável exceção da oligarquia financeira, a saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não deixará saudades na sociedade brasileira. O acontecimento é saudado, com alívio, um "já vai tarde" e alguma esperança, não só por sindicalistas e líders de esquerda, que nunca viram com bons olhos um banqueiro à frente do Banco Central. Empresários do setor produtivo também não estão disfarçando o contentamento com a notícia.

“Tiraram a raposa do galinheiro.” Foi dessa forma que o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, reagiu ao anúncio sobre a saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central (BC) no governo de Dilma Rousseff.

“Não sei se vai dar certo, mas estou contente com essa notícia”, afirmou. O executivo disse que vê um conflito de interesses em trazer um profissional do sistema financeiro para comandar a autoridade monetária, referindo-se ao fato de Meirelles, antes de chegar ao BC, ter sido presidente do BankBoston no Brasil.

Nesse sentido, o presidente da entidade defendeu a nomeação de um funcionário de carreira ao cargo, sem citar expressamente o nome de Alexandre Tombini, diretor de Normas do BC. Tombini foi confirmado há pouco para a presidência do BC pela assessoria de Dilma Rousseff.

“É preciso ter autonomia geral”, comentou Aubert Neto. Ele reconheceu que os juros caíram durante o mandato de Meirelles, mas lamentou que a taxa ainda continue sendo a maior do mundo.

Segundo ele, o país não pode um banqueiro no comando do Banco Central, uma vez que o sistema financeiro é o maior beneficiado pela manutenção de taxas de juros em patamares elevados, uma situação que ele classificou como “uma transferência brutal de renda” a um único setor.

Com informações do Valor