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Olívia Santana defende que João Cândido seja Herói Nacional 

 Durante a Sessão Especial, que aconteceu na última segunda-feira (22) para celebrar o Centenário da Revolta da Chibata, a vereadora Olívia Santana (PCdoB/Salvador) defendeu que João Cândido, o almirante negro e líder da revolta, faça parte da galeria dos heróis nacionais.

"João Cândido foi um herói e precisa ser reconhecido como tal. Liderou um dos maiores movimentos da história do nosso país, e poucos são os que sabem da sua história, morreu anônimo e pobre. Se a Revolta da Chibata fosse protagonizada por um marinheiro branco, já teria inspirado filmes comerciais e minisséries", destacou a vereadora, que preside a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Câmara Municipal de Salvador (BA).

A sessão contou com as presenças do ministro da Diáspora do Senegal, Amadou Lanine Faye; além da secretária estadual da Promoção da Igualdade, Luíza Bairros; do secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira; do presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratã Castro; da coordenadora nacional do Unegro, Ângela Guimarães; do cineasta Zózimo Bulbul e de João Gomes Barroso Neto, também homenageado.

Anistiado 

Conhecido na área cultural, por ser um dos fundadores das escolas de samba na Bahia, João
Barroso vice-presidente do Núcleo de Apoio aos Militares Anistiados Políticos da Bahia –Namasp -BA, recebeu das mãos da vereadora Olívia Santana uma placa pelo seu trabalho na luta pela anistia dos marinheiros. Em 1964, depois de participar de uma grande assembléia no Sindicato dos Metalúrgicos, que celebrava o aniversário da Associação de Marinheiros e Fuzileiros, João Barroso foi expulso da Marinha, recebendo sua anistia, apenas em 2002, por meio da lei 10.559/02.

História

No dia 22 de novembro de 1910, o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250
chibatadas, por ter ferido um colega dentro do encouraçado Minas Gerais. Mesmo após Marcelino desmaiar por não suportar a dor das chibatadas, o castigo continuou até completar o
número estipulado de chibatadas. Os demais marinheiros, liderados por João Cândido, se revoltaram e no final da tarde desse mesmo dia se apoderaram dos principais navios da
Marinha de Guerra Brasileira. Enviaram mensagem ao presidente da República, Hermes da Fonseca, e ao ministro da Marinha, exigindo a adoção de providências, entre elas a extinção do uso da chibata. Cinco dias após o início, um projeto de anistia para os amotinados e a
extinção dos castigos corporais pelo regime disciplinar da Marinha foram aprovados pelo Congresso, encerrando o levante no dia 26 de novembro. A revolta terminava vitoriosa, pondo fim às punições com chibatadas, mesmo que a anistia não tenha sido respeitada pelo próprio Estado, que assassinou os amotinados. 

Da redação, com informações da assessoria