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Brasil tem menor taxa de desmatamento da Amazônia em 22 anos

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais anunciou nesta quarta-feira (1) que o desmatamento na Amazônia teve em 2010 seu menor índice em 22 anos. A queda foi de 14% em relação a 2009. A divulgação dos dados foi feita pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, durante cerimônia no Palácio do Planalto, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "O Brasil está preservado", disse o presidente.

Segundo Lula, “o nosso compromisso (de preservação) está sendo cumprido. Não precisamos de favor para cumprir o que é nossa obrigação", disse o presidente.

Para Gilberto Câmara, este “é um número auspicioso; houve uma redução de 14% em relação ao ano passado, que já tinha redução significativa, de 45% em relação a 2008. Esses dados são preliminares e serão confirmados pelo Inpe em março de 2011". O levantamento faz parte do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).

A taxa projetada, a partir da análise de 93 imagens de satélite, é de 6.451 km² de desmatamento, o que equivale ao tamanho do Distrito Federal ou a quatro vezes o da cidade de São Paulo; a margem de erro para esta medida é de mais ou menos 10%.

Segundo Câmara, houve redução do desmatamento em todos os Estados da Amazônia, inclusive nas três unidades que tradicionalmente têm maior volume de desmatamento: Pará, Mato Grosso e Rondônia. "Em Mato Grosso, tivemos menos de mil quilômetros quadrados de desmatamento, em Rondônia há queda desde 2004", afirmou.

O desmatamento anual ficou acima do esperado pelo governo, que projetava uma taxa de 5 mil km², mas com uma taxa de anual de 6 mil km², o Brasil se aproxima da meta de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. Pelo cronograma, assumido em compromisso internacional, daqui a dez anos, o país chegará a uma taxa anual de 3,5 mil km² de desmate. O governo já cogita antecipar o cumprimento da meta para 2016.

A diferença entre a área anunciada e a esperada pelo governo ocorre por causa do agravamento de um fenômeno que os satélites do Inpe já vinham captando nos últimos anos, mesmo que em escala menor. O desmatamento na Amazônia mudou de padrão e se concentra cada vez mais em pequenas áreas – menores de 50 hectares ou 500 metros quadrados –, que não são alcançadas pelos satélites mais rápidos e menos precisos.
Essa nova lógica de destruição florestal teria por objetivo justamente escapar dos satélites do sistema de alerta ao desmatamento, que aciona a ação de fiscais.

Da redação, com agências