Cai o número de analfabetos no RN
O número de analfabetos com quinze anos ou mais no Rio Grande do Norte caiu nos últimos cinco anos, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).De acordo com os dados da análise, feita com base nos levantamentos da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad),a taxa de analfabetismo no estado passou de 22,3%, em 2004, para 18,1%, em 2009, registrando variação média de 18,6%, queda superior à média nacional (15,3%) e à média da região Nordeste (16,6%).
Publicado 10/12/2010 11:33 | Editado 04/03/2020 17:08
Os recursos necessários para a viabilização das aulas vem da União, que é responsável pela compra de materiais e formação de educadores, e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que custeia o salário dos professores e dos coordenadores.O Brasil Alfabetizado funciona como uma espécie de mutirão educacional, conta a supervisora, no qual o estado recruta os chamados “alfabetizadores” e estes, por sua vez, vão atrás de alunos interessados em aprender. “Não precisa ser professor para ensinar no programa, o que é exigido é que se tenha ensino médio completo e esteja disposto a participar de cursos de formação”, explica Euvânia. “As turmas na zona urbana têm de 7 a 25 alunos e as da zona rual, de 14 a 25”, comentou a supervisora, que relatou ainda que na maioria da vezes, o número de alunos que concluem o curso é bem inferior ao dos que iniciaram. A tal fenômeno, ela atribui a rotina atribulada dos estudantes, que normalmente dedicam o período da noite aos estudos, e por vezes, acabam perdendo o entusiasmo devido ao cansaço de um dia de trabalho.
“Nosso maior desafio é aumentar o aproveitamento destas turmas, além de fazer com que os alunos sigam buscando o aprendizado no ensino fundamental. Atualmente, dos 25 que iniciam uma turma, pouco mais de 10 se formam e destes, cinco procuram continuar estudando”, disse.
Pesquisadora do IDE critica otimismo
Na avaliação da diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (Ide), Eleica Bezerra, os dados apontados pela pesquisa do Ipea não podem ser considerados totalmente satisfatórios. Segundo ela, a análise feita pelo órgão é superficial e não dá margem ao estudo da real situação dos “novos alfabetizados”. “A SEEC deve se preocupar em fazer um diagnóstico dos alfabetizados e analfabetos no estado. Descobrir se lidamos aqui com uma maioria de analfabetos funcionais, alfabetizados rudimentares, regulares ou plenos. Apenas dados gerais não são capazes de dar uma real noção acerca da realidade da educação do RN”, disse.
De acordo com Eleica, a solução definitiva para o problema do analfabetismo tanto aqui, quanto no Brasil, é o aumento dos investimentos em educação de base.
Maria Fernandes Campos, de 74 anos, figura entre as estatísticas positivas e é uma das pessoas que aprendeu a ler e escrever com a ajuda do Brasil Alfabetizado. Dona Nati, como gosta de ser chamada, frequentou as aulas durante 8 meses e agora diz, orgulhosa. “Não pude estudar quando jovem pois levei uma vida de muito trabalho. Como já estou aposentada, resolvi recuperar o tempo perdido”, disse.