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ONU decide investigar origem da epidemia de cólera no Haiti

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, determinou que uma comissão de quatro médicos especialistas investigue a origem da causa da epidemia de cólera no Haiti. Inicialmente, as suspeitas recaíram sobre os soldados do Nepal que atuam no país.

A doença matou 2.800 pessoas até o mês passado e infectou cerca de 200 mil. Há ainda 1,3 milhão de pessoas que se viram obrigadas a mudar para alojamentos improvisados.

Integram a comissão o médico mexicano Alejandro Cravioto, do Centro Internacional para Pesquisa em Doenças Diarreicas em Bangladesh, que vai presidir o grupo; o peruano Cláudio Lanata, do Instituto de Investigação Nutricional do Peru; a norte-americana Daniele Lantagne, da Universidade de Harvard (nos Estados Unidos); e a indiana Balakrish Nair, do Instituto Nacional de Cólera da Índia.

"Os integrantes da comissão foram selecionados com base em sua formação global: experiências com o cólera em todos os seus aspectos", disse Moon em um comunicado. Segundo ele, o grupo vai operar de forma totalmente independente da ONU e ter acesso a todos os registros e relatórios da organização.

Para Moon, as reações aos militares que integram a Força da Paz no Haiti depois da epidemia de cólera são naturais e devem ser compreendidas. "Persistem questões justas e legítimas preocupações que demandam a melhor resposta que a ciência pode oferecer", afirmou o secretário-geral. "Determinar a origem do surto de cólera é importante para as Nações Unidas e o povo do Haiti", acrescentou.

A força de paz que atua no Haiti reúne aproximadamente 12 mil militares e policiais de vários países. Os estrangeiros estão no Haiti desde meados de 2004, depois de o então presidente Jean-Bertrand Aristide deixar o país rumo ao exílio. O vazio político e administrativo levou ao envio dos homens das Nações Unidas para a região.

A situação interna do Haiti se agravou depois do terremoto de 12 de janeiro de 2010, provocando mortes, desaparecimentos e a desestruturação do país. Houve destruição de construções privadas e públicas, além de documentos.

Agência Brasil