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Proposta das centrais de mínimo maior ganha força no Congresso

 As centrais sindicais voltam a se reunir nesta terça-feira (11) para discutir o aumento do salário minimo para R$ 580 – valor definido pelas centrais para negociação com o governo. A reunião ocorre na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo. A defesa de um salário mínimo superior aos R$ 540 para assegurar a inflação de 2010 ganha cada vez mais aliados e esquenta as negociações no Congresso Nacional.

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De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, as centrais vão discutir posições a serem tomadas para a negociação sobre o salário minimo e a correção da tabela do Imposto de Renda. “Nossa ideia é acertar o que será feito nas negociações do aumento do salário mínimo e também da correção da tabela do Imposto de Renda. Vamos definir ações no Congresso Nacional e mobilizações nos estados”, afirmou Juruna.

Segundo o sindicalista, ainda há margem de negociação no Orçamento Geral da União para um salário minimo acima dos R$ 540, valor em vigor desde 30 de dezembro por meio de medida provisória editada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Inflação de 2010

Desde o ano passado, o governo de Lula (com aval da equipe da presidente Dilma Rousseff) defende o salário mínimo de R$ 540, com a alegação de que um aumento maior poderia desequilibrar as contas públicas. O valor foi calculado com base em inflação de 5,88% e de PIB de dois anos atrás (que foi negativo). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que o governo irá vetar um valor superior aos R$ 540. Entretanto, a inflação de 2010 de 6,47% já exige um mínimo maior do que o proposto pelo governo, ou seja, de R$ 543.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), afirmou que, com a inflação de 2010, o mínimo deveria ser de, pelo menos, R$ 543. "Eu defendo a regra. E considerando isso, o mínimo seria de R$ 543. Com negociação, dá para chegar a R$ 550 (…) É preciso dar um reajuste que dê no Orçamento. A regra do salário mínimo garante estabilidade", explicou Gleisi.

Crescimento econômico

Já o deputado e presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), defende a proposta consensual entre as seis centrais sindicais registradas, de estabelecimento de um valor que considere o forte crescimento econômico do ano passado, que pode superar a marca dos 7%. Ele disse que apresentou emenda à medida provisória do governo reivindicando mínimo de R$ 580. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, destacou que o Congresso é soberano para decidir sobre o mínimo.

“Com um salário mínimo melhor distribuído, pudemos sair mais rapidamente da crise. Conseguimos aumentar o poder de consumo dos trabalhadores”, lembrou Juruna.

Maior partido da base do governo, o PMDB considera a possibilidade de apresentar uma emenda com o valor de R$ 560, e no Congresso Nacional, já existe consenso para reajustar o salário mínimo acima da inflação, mas a medida provisória que determina o novo valor só deverá ser votada em meados de março.

Da redação, com Agência Brasil e O Estado de S.Paulo