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Mulheres saem às ruas na Itália para pedir renúncia de Berlusconi

Para italianas, premiê enfraqueceu posição das mulheres com seus escândalos

O dia de protestos ganhou o título de "Se Não Agora, Quando?". Para as participantes da manifestação, Berlusconi enfraqueceu a posição das mulheres na sociedade italiana ao tratá-las como objetos.

Milhares de italianas organizam neste domingo (13), em diversas cidades do país, um protesto pedindo a saída do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, a quem acusam de denegrir a reputação das mulheres, depois dos recentes escândalos sexuais em que se envolveu.

Berlusconi é acusado de ter mantido relações sexuais pagas com a dançarina de origem marroquina Karima El Mahroug, além de ter influenciado a liberação da jovem quando ela foi detida pela polícia.

Conhecida com Ruby, Karima, atualmente com 18 anos, participou de festas do primeiro-ministro quando ainda tinha 17 anos. Promotores acusaram formalmente o premiê por manter relações sexuais com uma menor de idade e por abuso de poder.

Ruby admite ter recebido 9 mil euros (cerca de R$ 20 mil) do primeiro-ministro, mas nega que seja prostituta e afirma que a quantia era um presente. Berlusconi, cujo gosto pelas orgias sexuais lembra os melhores tempos da decadência do império romano, é dono do maior império das comunicações do país, comporta-se como um todo poderoso e nega as acusações.

No final de janeiro, o nome de uma segunda menor de idade, uma brasileira que teria participado aos 17 anos de festas que incluiriam orgias organizadas por Berlusconi, foi revelado pelos promotores.

Iris Berardi já era conhecida pela polícia italiana como prostituta e teria participado de festas em casas do primeiro-ministro na Sardenha e em Milão, dias antes de completar 18 anos.

Personalidades

Segundo o correspondente da BBC em Roma Duncan Kennedy, personalidades como a atriz Sabina Guzzanti – conhecida por sua imitação de Berlusconi – e a líder oposicionista Rosy Bindi estão participando dos protestos.

É esperado que as mulheres saiam às ruas de 60 cidades em toda a Itália.

A popularidade de Berlusconi está em cerca de 35%, e ele mantém o apoio do partido Lega Nord, seu principal aliado na coalizão de governo. Kennedy afirma, no entanto, que muitos italianos – tanto mulheres quanto homens – acreditam que o premiê garanhão que flerta com o neofascismo deve se afastar, por transformar a Itália em motivo de sonoras garagalhadas.

Com agências