Carrion lembra na ALERS aniversário da reorganização do PCdoB

Os 49 anos de reorganização do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, foram lembrados durante sessão plenária desta quinta-feira (17).

Em São Paulo, reuniu-se a Conferência Extraordinária do Partido Comunista do Brasil para tratar da reorganização do partido, que havia sido, na prática, extinto pela decisão do comitê central eleito no 5º Congresso, em 1960.

À época, sem qualquer discussão partidária, o comitê decidiu mudar o nome do partido, o seu programa, os seus estatutos e retirar a sua orientação pelo marxismo-leninismo, excluindo assim a luta revolucionária como tarefa do partido. A decisão foi pela constituição de um novo agrupamento partidário, que passou a chamar-se Partido Comunista Brasileiro.

História

“Inconformado, um grande número de militantes e lideranças comunistas encaminhou a chamada Carta dos 100, expondo a necessidade de que a direção partidária modificasse essas decisões e as submetesse a um congresso partidário”, explicou Carrion.

Inúmeros dirigentes foram afastados em punição à contestação a essa posição. A alegação era de que a resolução de março de 1958 dizia que a tendência permanente do Brasil era a democracia, que não precisavam mais da revolução no País, que seriam obtidos todos os objetivos numa caminhada com governos progressistas crescentes.

Essa ilusão embasou a mudança do nome para, de certa forma, tornar palatável o partido às classes dominantes deste País.

Como não houve um atendimento ao que seria uma exigência estatutária, esses dirigentes solicitaram uma conferência nacional extraordinária para a reorganização do Partido Comunista do Brasil, já que o Partido Comunista Brasileiro era um novo partido, não era o partido nem no programa, nem no estatuto e nem no pensamento revolucionário de 1922.
Em 18 de março de 1962, em São Paulo, foi aprovado um programa antiimperialista, antilatifundiário, antimonopólico, foi eleito um novo comitê central e definido um novo estatuto partidário.

“Naquele momento, os que se opuseram a esse caminho reformista eram minoria no partido. Temos que reconhecer isso. Prestes havia ficado com a proposta hegemônica; a maioria do partido havia aderido a essas teses. O chamado Partido Comunista Brasileiro detinha, inclusive, importantes funções no governo João Goulart. Mas a história é a mestra da vida, e a prática é o critério da verdade. Passados 49 anos, a história no Brasil resolveu a equação”, ressaltou o parlamentar

O Partido Comunista do Brasil afirmou-se como aquele que representa o estuário dos que querem uma transformação revolucionária neste País no campo do marxismo-leninismo e, junto com outros partidos, como o Partido dos Trabalhadores e o Partido Socialista Brasileiro, trabalha para que o Brasil seja soberano, um país democrático e mais justo para o seu povo.

De Porto Alegre,
Isabela Soares