Ingerência e violência na Líbia são objeto de repúdio na ONU
A Rússia deplorou a violência na Líbia, mas ao mesmo tempo repudiou as ingerências nos assuntos internos do país do Norte da África e ponderou soluções "sem coação, de maneira pacífica e pela via do diálogo nacional e o consenso", em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, nesta segunda-feira (28) em Genebra .
Por Fausto Triana, enviado especial da agência Prensa Latina
Publicado 28/02/2011 13:20
Em seu discurso, o chanceler russo Serguei Lavrov pronunciou-se a favor de que o povo líbio resolva — sem ingerências externas — as causas que originaram as revoltas populares.
Ainda assim, Lavrov considerou inaceitável o uso de força militar contra a população civil do país árabe, apesar de as autoridades líbias afirmarem que não realizam ações desse tipo contra cidadãos desarmados.
O chefe da diplomacia de Moscou lamentou a morte de civis na Líbia e destacou que seu governo condena o uso indiscriminado da força e deseja seu fim imediato.
Lavrov lembrou que os protestos em massa nos países do Oriente Médio e do Norte da África revelaram uma acumulação de problemas, os quais "devem ser resolvidos pela população dos países afetados".
A 16ª Sessão da instância mais alta do CDH foi aberta na manhã desta segunda pela presidente da Confederação Suíça, Suíça, Michelin Calmy-Rey, que também condenou o uso excessivo da força e o numero de mortos e feridos entre os manifestantes.
Michelin esteve acompanhada na mesa principal pela Alta Comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, e pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss.
Da mesma forma manifestou-se o vice-presidente da Colômbia, Angelino Gárzon, na sessão da manhã, e da mesma forma, embora mais moderada, a ministra dos Direitos Humanos do Brasil, Maria do Rosário Nunes.
Hillary Clinton, secretária de Estado dos Estados Unidos, realiza sua intervenção na tarde de hoje.
A América Latina conta com a participação dos Ministros de Relações Externas da Venezuela, Nicolás Maduro, da Argentina, Héctor Timerman, do México, Patricia Espinosa, da Nicarágua, Samuel Santos, e de Cuba, Bruno Rodríguez.
Na última sexta-feira, o embaixador de Cuba em Genebra, Rodolfo Reyes, exigiu em nome de seu governo uma solução pacífica e soberana para a crise desatada na nação árabe.
"Desejamos que o povo líbio obtenha uma solução rápida, pacífica e soberana para a situação ali criada, sem nenhum tipo de ingerência nem intervenção estrangeira, que garanta a integridade da nação líbia", defendeu Reyes.
Fonte: Prensa Latina