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Kadafi e Liga Árabe aceitam plano de paz proposto por Chávez

O líder líbio Muamar Kadafi e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, concordaram com o plano de paz proposto pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, noticiou nesta quinta-feira (3) a rede de TV do Catar Al Jazira.

Chávez telefonou para Kadafi nesta segunda (28) e terça-feira (1º) para apresentar formalmente sua proposta para buscar uma solução negociada para a violência na Líbia. De acordo com a Al Jazira, o plano consiste em enviar à Líbia uma comissão integrada por países da América Latina, Europa e Oriente Médio. Nem o governo líbio, nem o venezuelano, informaram detalhes. Outras informações sobre a estratégia devem ser apresentadas ainda nesta quinta (3), no Cairo, em nova reunião da Liga Árabe.

O presidente da Venezuela apresentou o plano pela primeira vez na semana passada, durante um encontro com estudantes. Na ocasião, ele criticou as estratégias de intervenção militar apresentadas pela comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos. “Em vez de mandar marines, aviões, navios de guerra e tanques contra o povo líbio, por que não enviamos uma comissão de boa vontade que vá tratar de ajudar para que não continuem matando lá na Libia?”, disse Chávez.

Liga Árabe

Moussa foi um dos que criticou a repressão que o regime de Kadafi exerceu sobre os protestos na Líbia. Numa resolução aprovada nesta quarta-feira (2), a Liga Árabe suspendeu a Líbia da organização e sugeriu que Kadafi desse uma resposta às reivindicações.

Imperialismo em ação

Na segunda-feira (28), o Pentágono informou que reposicionaria forças navais e aéreas em torno da Líbia para entrar em ação "caso fosse necessário". Desde então, os navios têm se aproximado da região. O Egito confirmou que os navios anfíbios USS Kearsarge e o USS Ponce foram autorizados a seguir para o Mediterrâneo. Além dos navios, os EUA também mantêm um porta-aviões no Golfo Pérsico, mas ainda não há informações sobre o deslocamento da embarcação.

Apoios

Na quarta-feira, o presidente do Equador, Rafael Correa, declarou que não era "uma má ideia" a proposta de criar uma comissão de países para a paz na Líbia. O presidente insistiu que seu país "tem mantido uma atitude prudente com os países do Oriente Médio". Ele lembrou que entre fevereiro e março o chanceler Ricardo Patiño programou um giro entre esses países para "estreitar os laços".

Correa destacou também que a realidade desses países "não é igual à da América Latina, onde não existir eleições em quatro anos [representa] a ruptura da democracia". Correa também destacou que seu governo "está contra qualquer atentado aos direitos humanos".

Vários líderes da América Latina, entre eles Juan Manuel Santos, da Colômbia, Mauricio Funes, de El Salvador, e Felipe Calderón, do México, já condenaram a repressão violenta contra a população líbia.

Intervenção internacional

Venezuela, Cuba e Nicarágua se posicionaram contra a hipótese de uma intervenção estrangeira na Líbia. "O povo líbio deve definir seu destino sem interferências estrangeiras. Os povos soberanos são os únicos protagonistas da história e nenhuma força estrangeira está autorizada a intervir nos assuntos internos da nação líbia", declarou o embaixador da Venezuela na ONU (Organização das Nações Unidas), Jorge Valero, durante a reunião da Assembleia Geral, que retirou a Líbia do Conselho de Direitos Humanos (CDH).

O embaixador cubano na ONU, Pedro Núñez Mosquera, se alinhou ao colega venezuelano nessas acusações e defendeu "uma solução pacífica e soberana, sem ingerências nem intervenções estrangeiras". "Acompanhamos com preocupação as reiteradas declarações dos EUA e da União Europeia sobre a possibilidade de uma intervenção armada", à qual "Cuba se opõe categoricamente."

Nesse mesmo sentido se pronunciou a embaixadora da Nicarágua na ONU, María Rubiales de Chamorro, que expressou a preocupação de seu país com a perda de vidas humanas no caso de uma intervenção. "Acreditamos na capacidade e sabedoria do povo líbio e de sua liderança comandada por Kadafi para resolver seus problemas internos e encontrar uma solução pacífica de maneira soberana, sem ingerências, sem dois pesos e duas medidas, sem intervenções militares estrangeiras de nenhum tipo", afirmou.

Fonte: Opera Mundi