Maracatu Nação PE se posiciona sobre política cultural

Gostaríamos de acrescentar nossa assinatura ao documento abaixo, que esclarece perfeitamente a atual situação e posiciona de maneira clara e objetiva a necessidade de co-participação na implementação e fortalecimento da Gestão da Cultura e da Política Pública de Cultura para o estado, sem retrocessos.

Aproveitamos para acrescentar:

Em relação aos itens 4 e 6 da deliberação abaixo: até onde sabemos, os governos estadual e municipal do Rio de Janeiro não empregam nenhum recurso público local para contratação de artistas de fora do Estado no carnaval. Muito pelo contrário, quem se interessar em participar do modelo milionário e vitorioso dos desfiles de escolas de samba que entre pagando nas cotas de patrocínio, como a nossa prefeitura do Recife fez alguns anos atrás.
Idem em relação à Salvador. Aqui em Pernambuco, estamos trocando nosso consagrado modelo de carnaval de cultura, criatividade e tradição popular por uma grande festa cujo eixo principal é a promoção de shows de palco, com atrações caríssimas e sem nenhuma vinculação à nossa cultura carnavalesca, festa essa que poderia ser realizada em qualquer Época do ano, antes ou depois do carnaval, e com recursos específicos.
Manifestação cultural de um povo se perpetua com tradição, participação, admiração e orgulho pelo que se está fazendo ou assistindo, e não com "uma vivência oca, sem sentido, tanto para os visitantes que vêm a Pernambuco em busca de conhecer e contemplar as nossas tradições culturais e nossa autenticidade musical -, quanto, principalmente, nossos moradores".
Não conhecemos outro Estado com a riqueza, autenticidade e diversidade de nossas manifestações culturais carnavalescas, incluindo além da música, contextualizações, trajes, coreografias e passos: tribos de índios e caboclinhos, cortejos de maracatu de baque solto e virado, desfiles de passistas, bonecos gigantes e destaques de frevo de rua e de bloco, afoxés, bois de carnaval, la ursas,… O que precisamos é ampliar e aperfeiçoar nossa cadeia produtiva carnavalesca, com a utilização dos instrumentos de Edital Público e de Pontos de Cultura, estruturando e difundindo escolas de música e dança tradicional, oficinas de decoração, fantasias e adereços, sedes sociais para as agremiações e grupos culturais, desfiles e apresentações temáticas remuneradas e sistemáticas, registros em CD e DVD, formação de público com ações nas escolas, campanhas de valorização dessas tradições e de nossa identidade, etc.

Abraços,
Amélia Veloso / Felipe Santiago
Maracatu Nação Pernambuco