Morre em São Paulo o ex-governador Jackson Lago

O corpo do ex-governadora chegará a São Luís no início da tarde e sairá acompahado de um cortejo até a sede do PDT, onde será velado.O sepultamento será na quarta, às 10 horas, no Parque da Saudade(Vinhais)

“John Cutrim, c/redação MA)

Morreu ontem a tarde em São Paulo o ex-governador do Maranhão, Jackson Kepler Lago. Ele tinha 76 anos e estava internado desde quarta-feira (30) no Hospital do Coração, depois de uma piora no seu estado de saúde. Jackson sofria de câncer de próstata e passava por tratamento quimioterápico. O corpo deve chega hoje a São Luís e sairá em cortejo pelas ruas da cidade até a sede do PDT, onde será velado.
Biografia
Nascido em em 1º de janeiro de 1934 em Pedreiras, no interior maranhense, Jackson Kleper Lago começou a carreira política na década de 1960 enfrentando o regime militar apoiado por Sarney, vencedor do embate contra a oligarquia de Vitorino Freire, que passou 20 anos no poder. Sempre teve como guru político o fundador do seu partido, Leonel Brizola (1922-2004), que também faz parte de uma das grandes tragédias de sua vida.
Formado em Medicina, há cerca de 30 anos, “doutor Jackson”, como é conhecido no Maranhão, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), ao lado de Leonel Brizola e de outros políticos de grande relevância nacional. Lago dirigiu de São Luís até o Uruguai para visitar Brizola. Na entrada da cidade de onde saiu, sofreu um acidente no qual morreu sua primeira mulher. Ele próprio ficou em coma por meses. Tornou-se fundador do PDT no Maranhão, tendo como plataforma o sindicato dos médicos maranhenses.
Jackson Lago foi prefeito de São Luís por três vezes: de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2002.
Em 2006, teve a mais surpreendente vitória política de sua carreira: derrotou a senadora Roseana Sarney, então filiada ao PFL e hoje no PMDB, para destronar o clã Sarney do governo estadual depois de um domínio de mais de 40 anos. Nem o apoio do então presidente e ex-aliado Luiz Inácio Lula da Silva à rival conseguiu impedi-lo de chegar ao Palácio dos Leões por estreita margem de votos.
Na época, Jackson disse que ele e o petista Jaques Wagner na Bahia provavam “a queda dos dois últimos bastiões do coronelismo político”. Contudo, em 2009 o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou os mandatos de Jackson e de seu vice, Luis Carlos Porto, num processo que ficou conhecido como “golpe judicial”.
O pedetista foi três vezes prefeito de São Luís e ali teve a maior parte da sua votação para o governo estadual. Fora da política, ele era considerado pioneiro em cirurgias torácicas no Maranhão. Foi também professor da Faculdade de Medicina do Estado.

Ex-governador morreu de falência múltipla de órgãos

POR OSWALDO VIVIANI

Em nota divulgada ontem (4) à noite, o Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, informou que o ex-governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT) morreu de falência múltipla de órgãos.
Jackson estava internado na casa de saúde desde o dia 30 de março para tratamento de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) pós quimioterapia.
O ex-governador enfrentava um câncer de próstata desde 2004, mas a doença se intensificou a partir do final do ano passado.
Em novembro, um mês após o término das eleições – em que ficou em terceiro lugar, atrás de Roseana Sarney (PMDB), vencedora do pleito, e Flávio Dino (PC do B) –, Jackson Lago se internou no Hospital Albert Einstein, também em São Paulo, onde iniciou o procedimento quimioterápico contra o câncer, que já apresentava metástase (disseminação no organismo).
Problemas cardíacos o fizeram realizar, em março, no Hospital do Coração, um cateterismo (exame em que se introduz uma sonda através de uma artéria coronária para possibilitar diagnósticos de enfermidades no órgão). Uma bactéria alojada no cateter fez com que Jackson contraísse uma infecção, agravando seu estado de saúde já debilitado pelas sessões de quimioterapia.
No dia 15 de março, Jackson chegou a receber alta, mas 15 dias depois (quarta-feira, 30), teve de voltar a se internar no HCor devido a uma pneumonia.
O quadro geral começou a se tornar irreversível já no domingo (3). Na segunda (4), o ex-governador entrou em coma e morreu às 17h30.