Sindicatos preparam manifestação pela abertura do HU

Um ato público em defesa da abertura do hospital universitário da UFPI e pela rejeição da Medida Provisória 520, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. (EBSERH) vai acontecer nesta quinta(7). O mesmo vem sendo preparado por várias entidades sindicais e estudantis (ADUFPI – SINTUFPI, DCE/UFPI, SINDICATO DOS MÉDICOS, CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE, SINDESPI, COREN/PI, SINDSERM, SINTSPREVS/PI, SINPRO, SINDSOL). 

Para o presidente da ADUFPI, professor Mário Ângelo “a MP 520 foi uma estratégia do governo com o objetivo de legalizar a terceirização de trabalhadores nos hospitais universitários. Embora estatal e vinculada ao MEC (Ministério da Educação), a nova entidade terá personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio. Ela contém uma série de inconstitucionalidades e compromete a autonomia das universidades brasileiras e, por isso, precisa ser rejeitada pelo Congresso Nacional”.

De acordo com o presidente Mário Ângelo, “essa nova empresa tem por função prestar serviços aos hospitais federais, em especial aos universitários. À primeira vista, parece bom. Mas, infelizmente, é uma tremenda armadilha. Na lógica do corte de gastos, seu objetivo é evitar os concursos públicos ao máximo, contratando o pessoal na lógica privada de agora em diante (pela CLT). Além disso, segundo ainda Mário Ângelo, “a instituição poderá fazer convênios e oferecer serviços pagos”.

O objetivo das entidades promotoras do ato público em questão é dar visibilidade à sociedade sobre o descontentamento de suas bases com as medidas que vêem sendo impostas pelo governo. As entidades pretendem, também, entregar um documento aos parlamentares que compõem a bancada piauiense na Câmara e no Senado. Os dirigentes querem, através desse documento, que os parlamentares se comprometam com as reivindicações do movimento: rejeitar a medida provisória 520 e defender a abertura imediata do hospital universitário da UFPI, através da realização de concurso público em regime estatutário.

“Essas entidades garantem que vão permanecer mobilizadas no sentido de alertar à sociedade piauiense sobre o que existe de nefasto por trás de tais medidas”, declara Mário Ângelo. No caso particular da ADUFPI, ele diz que “vamos lutar, de modo intransigente, em favor da preservação da integridade da Universidade pública, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios visando abrir espaço para a privatização escancarada de serviços públicos essenciais, gratuitos e universais mantidos com recursos do povo”.

Para o presidente da ADUFPI, “é inconcebível que a sociedade piauiense fique sem utilizar os serviços do hospital universitário, uma estrutura composta de 24 clínicas, 52 especialidades médicas com capacidade para fazer 23.440 consultas e 1.450 cirurgias por mês onde foram investidos desde 2005 até hoje 63 milhões pelo Ministério da Saúde para construção das obras e compra de equipamentos que estão sem utilidade”.