Assis Melo preside frente pela valorização do trabalho

Com o compromisso de articular as forças políticas para buscar o equilíbrio das relações entre capital e trabalho, a Frente Parlamentar em Defesa do Desenvolvimento Econômico e de Valorização do Trabalho foi instalada na quarta-feira  (6), na Câmara dos Deputados. Autor da proposta de criação do colegiado, o deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) foi eleito por unanimidade para presidir a frente.

Assis Melo preside frente pela valorização do trabalho - Roberto Carlos Dias

A solenidade ocorreu em um clima de otimismo e reuniu empresários, lideranças políticas, sindicalistas, deputados, senadores, representantes do governo federal e de entidades dos mais diversos setores produtivos do país, além do o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

“Vamos procurar sempre construir o debate das ideias, com diálogo. Vamos deixar a polêmica de lado. Temos de debater com a sociedade o tipo de desenvolvimento que queremos, mas com valorização do trabalho. Precisamos constituir uma maioria política para o país. Como construir uma Nação soberana, democrática e progressista? Vamos envolver governo, empresários, sindicatos, centrais sindicais, órgãos oficiais de pesquisa, como Dieese, Ipea, Diap e universidades neste debate”, ponderou Assis.

O presidente da Comissão do de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), Sílvio Costa (PTB), elogiou a iniciativa de Assis ao destacar a atuação de parlamentares comunistas na Casa.

“Impressiona a qualidade dos parlamentares do PCdoB nesta Casa. O deputado Assis recém chegou na Casa e tem contribuído muito para a qualificação do debate.”
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, destacou que a iniciativa de criar de uma frente em defesa do desenvolvimento econômico e de valorização do trabalho tem tudo a ver com o partido.

“Parece ser uma iniciativa justa e oportuna. Fazia falta na Câmara uma frente como esta. Tem grande sentido para nós. Na relação capital e trabalho, o trabalho sai perdendo. É preciso equilíbrio. A presidenta Dilma (Rousseff) trabalha com a meta de crescer com um PIB superior 6% e uma taxa de investimento entre 24% e 25%. Mas hoje essa taxa não chega a 20%”, reforçou Rabelo.

Na sequência, o líder o comunista fez a seguinte relação para sustentar a posição do partido ao defender um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil:

“Nossa demanda não é restringir o desenvolvimento. É incentivar o crescimento contínuo. Não pode crescer 6% e despencar para 4%. Essa gangorra, voo de galinha, não nos interessa. É preciso um crescimento constante e a longo prazo. A China, por exemplo, em 30 anos, se tornou potência mundial, mas a taxa de investimento é 40% do PIB.”

Os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS), autores do projeto de lei da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, reforçaram o apoio e a disposição para colaborarem com os debates sobre o modelo de desenvolvimento do país que deve incluir a valorização do trabalhador.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, também se colocou à disposição para ajudar na condução dos trabalhos da frente parlamentar. “É política quem conduz a economia. O debate econômico não se faz sem um bom debate político. A economia é o meio para a elevação do padrão de vida dos cidadãos”. Pochman relaciona o desenvolvimento a participação do Estado para que se possa enfrentar as mazelas do capitalismo, que são a pobreza, a miséria e as desigualdades entre ricos e pobres. “O desenvolvimento não é natural, espontâneo, exige força política”, complementou o dirigente do Ipea.

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos, também reforçou as palavras dos parlamentares. Segundo ele, “essa frente parlamentar vai contribuir para os avanços que o Brasil precisa”, acrescentando que “a frente vai fazer a diferença para discussão dos direitos dos trabalhadores”.  Santos representou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que não pode participar do evento em função da viagem ao Maranhão onde participava do funeral do ex-governador Jackson Lago, do seu partido, o PDT.

Entre os objetivos da frente, está a estruturação da ação parlamentar para promover políticas e legislação que favoreçam a geração de emprego e renda, saúde, educação e a preservação dos direitos dos trabalhadores em atividade profissional e dos aposentados e pensionistas.

Coordenação da Frente Parlamentar

Executiva

Presidente: Deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS)
1º Vice-presidente: senador Paulo Paim (PT-RS)
2º Vice-presidente: deputada federal Maria Gorete Pereira (PR-CE)
Secretário-Geral: deputado Roberto Santiago (PV-SP)
1º Secretário: senador Inácio Arruda (PCdoB-CE)

Coordenadores Regionais
Norte: senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Nordeste: deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Centro Oeste: deputado Sandro Mabel (PR-GO)
Sudeste: deputado Dr. Marco Aurélio Ubiali (PSB-SP)
Sul: Luci Choinacki (PT-SC)

De Brasilia,
Roberto Carlos Dias