Início de Alckmin se destaca por corte em áreas estratégicas

s primeiros 100 dias de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à frente do governo do estado de São Paulo foram marcados por cortes em áreas estratégicas, como transportes metropolitanos e moradia. Também ficou aparente a guerra entre Alckmin e o ex-governador José Serra no interior do ninho tucano.

O corte de R$ 1,78 bilhões, nos primeiros dias de mandato, deixou frágeis áreas importantes para o desenvolvimento do estado. Só as empresas públicas perderam R$ 733 milhões que seriam destinados a investimentos e R$ 315 milhões para custeio. A Secretaria Estadual de Transporte sofreu corte de R$ 303 milhões, a de Transporte Metropolitano R$ 830 milhões e a de Habitação, R$ 200 milhões. Já os cofres do estado arrecadaram aproximadamente R$ 1 bilhão a mais que o previsto.

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) teve R$ 303 milhões congelados desde o início do ano, o que representa 9,8% dos recursos destinados à empresa. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deixou de receber R$ 196 milhões, 17% de seu orçamento. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) ficou sem 20 milhões.

Não por acaso são sucessivas as panes e superlotação de metrôs e trens na região metropolitana de São Paulo. A linha 4 – Amarela, por exemplo, deveria ter sido entregue em abril de 2007, mas, quatro anos depois deste prazo, somente metade da fase 1 foi entregue, e o restante ficará para o final do ano. O próprio governador afirmou na inauguração da estação Butantã que o metrô deveria ser o dobro do que é atualmente.

A linha 12 da CPTM – Brás/Calmon Vianna – teve R$ 25 milhões contingenciados. O Expresso Leste – Luz/Mogi das Cruzes- deixou de receber R$ 36 milhões. Investimentos na acessibilidade dos trens também ficaram 20% abaixo do previsto para o ano.

Com todos os problemas do Metrô, ainda houve bloqueio de R$ 40,6 milhões para material rodante, especialmente compra de trens, que representa 6% dos recursos previstos. Houve, ainda, o contingenciamento de R$ 24 milhões para a modernização do sistema metroferroviário, que dificultará resolver os graves problemas do Metrô paulista.


Distanciamento tático

Alckmin também tratou de criar um distanciamento tático do governo de seu antecessor, o tucano José Serra. Assim que o atual governador Geraldo Alckmin retomou ao comando do Palácio dos Bandeirantes, deu início à operação desmonte da gestão Serra, com uma série de apurações, demissões, investigações de ações de sua gestão, como nunca visto na sucessão de governo da mesma legenda. Entretanto, essencialmente as políticas de ambos são a mesma: corte de investimentos nas áreas sociais e excessiva austeridade fiscal.

Outras marcas dos 100 dias de governo de Alckmin são centralização e falta de transparência. Um exemplo seria a criação de três secretarias por decreto, quando a Constituição Estadual define que novas secretarias devem ser criadas por meio de projetos de lei e estes deliberados pela Assembleia Legislativa do Estado.

Da redação, com informações Rede Brasil Atual