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Coneg da UNE: Em manifesto, movimentos pautam reformas no país

Em meio aos debates do 59º Conselho Nacional de Entidades Gerais da União Nacional dos Estudantes (Coneg da UNE), diversos movimentos lançaram um manifesto para mobilizar a juventude brasileira a ocupar as ruas e as universidades no processo de construção do Congresso da entidade. O manifesto, lançado no fórum que convocou o congresso, representa a unidade de um campo político que tenta consolidar a ideia de que o ano de 2011 deve ser o ano dos jovens!

- Alexandre Rezende

Além de apresentar as bandeiras tradicionais do movimento estudantil – como os 10% do PIB e os 50% do fundo social do pré-sal para a educação –, o manifesto toca em temas de grande relevância, como a possibilidade, aberta pelo governo de Dilma Rousseff, de aprofundar as mudanças necessárias ao desenvolvimento do país. Outro tema abordado é a luta acirrada na sociedade entre o capital produtivo e o especulativo, com os movimentos afirmando com veemência a necessidade de derrotar os especuladores nacionais e internacionais, garantindo mais conquistas para a juventude.

Ainda no âmbito das bandeiras gerais, o documento ressalta a urgência e relevância de um conjunto de reformas estruturantes, como a reforma política, a reforma educacional e a reforma dos meios de comunicação, entendendo que o governo Dilma reúne as condições para realizá-las. Por fim, os movimentos lançam o desafio de transformar o ano de 2011 num marco, construindo um grande e combativo Congresso da UNE e participando massivamente da 2º Conferência Nacional de Juventude.

Assinam este manifesto as seguintes juventudes: Movimento Transformar o Sonho em Realidade (UJS), Kizomba (DS-PT), Mutirão (PPL), Mudança (MAIS-PT), Reinventar (PDT), UNE Paratodos (CNB-PT), Vira Mundo (PV).

Confira o manifesto na íntegra:

"A Juventude Brasileira unida por mais mudanças!

O ano de 2011 começa com a marca da mobilização e combatividade da juventude brasileira. Em janeiro, milhares de estudantes se reuniram no 13º Conselho Nacional de Entidades de Base e na 7ª Bienal da UNE. Dois espaços importantes de debate político da juventude que convocaram a grande Jornada de Lutas 2011.

A jornada de lutas da UNE tinha como pauta central as propostas ao PNE, em especial a destinação de 10% do PÌB para a educação. Como resultado, realizamos atividades em centenas de universidades e colocamos milhares de estudantes nas ruas, marcando de forma protagonista o início dos debates do movimento educacional em torno do PNE.

Vivemos um período de grandes oportunidades para nosso país e nosso povo. A perspectiva de um ciclo de desenvolvimento longo, com geração de emprego, distribuição de renda, ampliação da democracia, afirmação da soberania nacional e incentivo à integração regional animam e renovam a confiança dos brasileiros neste novo país que desejamos construir.

A eleição de Dilma, a primeira mulher a conduzir nossa República, foi um símbolo deste momento. Foi o voto de confiança no aprofundamento das mudanças em curso. Foi um voto de incentivo ao Brasil que progride, que cresce economicamente e reduz suas históricas desigualdades, que ganha respeito e visibilidade internacional, que mantém relação de amizade com os países vizinhos, que descobre o pré-sal, que é escolhido para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que busca manter um desenvolvimento sustentável, se esforçando para proteger o meio ambiente e pensando novas matrizes energéticas.

A eleição de Dilma representou a terceira derrota consecutiva do neoliberalismo no país. É um símbolo do fortalecimento de uma consciência antiliberal do povo brasileiro, da possibilidade de aprofundarmos as transformações democráticas em curso no país.

Os brasileiros escolheram dobrar a aposta na construção de uma nação desenvolvida, moderna, com oportunidades para todos e soberana.

Mais investimentos para avançar nas mudanças

Para construí-la, grandes desafios estão por vir. O maior deles é vencer definitivamente a batalha pelo desenvolvimento e pela democracia, o que significa desestruturar o capital financeiro, o monopólio da mídia e o atual sistema político brasileiro, para isso será necessário uma agenda de reformas estruturantes, tendo no centro a reforma política.

São eles – os especuladores nacionais e internacionais – que ganham com os juros altos, que tiram recursos importantes dos projetos de infraestrutura e das políticas sociais para engordarem os próprios bolsos. São eles que desejam colocar freio aos investimentos públicos, ao ciclo de crescimento e à distribuição de renda no país, e bravejam contra a democratização dos meios de comunicação, em síntese, atuam obstinadamente contra o desenvolvimento nacional.

O movimento estudantil está na linha de frente dos que lutam para enfrentá-los e inverter esta lógica perversa. Queremos mais investimentos para avançar nas mudanças e temos a certeza que o governo de Dilma Roussef deseja e reúne condições para concretizar estas realizações.

Além das transformações sociais em nosso país, estamos atentos aos acontecimentos no mundo, ao avanço do imperialismo sobre os povos árabes e, portanto, repudiamos a intervenção militar da Otan na Líbia, que não tem como objetivo restabelecer a paz e a democracia naquele país, mas, ao contrário, quer se apropriar do petróleo para garantir a sobrevivência do imperialismo a qualquer custo.

Mais educação e direitos para a juventude

Outra grande batalha será pela aprovação de um Plano Nacional de Educação (PNE) que corresponda às potencialidades de nosso jovem país e afirme os anos 2011-2020 como um período de aumento substancial do investimento em educação pública, preparando terreno para uma robusta elevação da qualidade e uma democratização radical do acesso e da permanência no ensino superior brasileiro.

No mês de julho, os universitários do Brasil se reúnem para o 52º Congresso da UNE. Encontro este que terá a tarefa de organizar as lutas dos estudantes brasileiros em torno do já mencionado PNE e também da histórica luta pela Reforma Universitária, dos 50% do fundo social do pré-sal para a educação e a assistência estudantil. É preciso fazer do Congresso da UNE o ponto alto da luta pela transformação da educação brasileira.

Também este ano acontecerá a 2ª Conferência Nacional de Juventude, espaço importante para debatermos os grandes desafios da juventude e o seu papel central como indutora do desenvolvimento no Brasil. Devemos trabalhar para que a Conferência reúna centenas de milhares de jovens e alcance seus objetivos.

Os avanços nestas agendas estão intimamente ligadas ao fortalecimento da UNE. A entidade fica mais forte, amplia sua legitimidade social e aumenta sua capacidade de intervir nos rumos do país a cada vitória conquistada.

A unidade de toda juventude é fundamental para essas conquistas. É hora de arregaçar as mangas, construir grandes debates e mobilizações por todo o país, iniciando a década com os pés firmes na luta e os olhos vislumbrando o grandioso futuro que nos aguarda. 2011 é o ano da juventude brasileira!

Assinam este manifesto os movimentos:

Transformar o sonho em realidade
Kizomba
Mutirão
Mudança
JPMDB
Reinventar
Vira Mundo
Para Todos"

Fonte: UJS