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Comunidade virtual vai ajudar no combate ao trabalho escravo

O lançamento de uma comunidade virtual em defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho escravo, nesta quinta-feira (12), foi saudado por todos os que militam na área de direitos humanos. A ferramenta foi apresentada pela presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Manuela d'Ávila (PCdoB-RS), como “novo espaço de democracia.

Comunidade virtual vai ajudar no combate ao trabalho escravo - Ag. Câmara

O evento marcou as comemorações do Dia da Abolição da Escravatura, que se comemora no dia 13 de maio. Manuel d'Ávila destacou que a PEC que que determina a expropriação de terras onde houver trabalho análogo à escravidão já tramita na Câmara há 10 anos e nesse período já surgiram outras formas de escravidão. A PEC que trata da questão no campo não alcança os trabalhadores urbanos que vivem em situação de escravidão.

“As pessoas pensam que esse tema estaria superado há 123 anos, mas naquele período abolimos uma forma de trabalho escravo, e o Brasil criou outras formas – sofisticadas -de escravidão”, citando as denúncias recentes de imigrantes bolivianos que vivem em situação análogas à escravidão nas fábricas clandestinas em São Paulo. Essas denúncias se somam as dos trabalhadores rurais.

“O nosso objetivo é que possamos estabelecer diálogo com a sociedade sobre a necessidade de aprovação dessa PEC, qual o seu conteúdo e o que é o trabalho escravo”, disse a parlamentar, agradecendo a todos os que participaram do trabalho de criação da comunidade virtual e apelando pela ajuda de todos os que combatem o trabalho escravo pela sua manutenção.

Ajuda aos pequenos

Todos os oradores se mostraram dispostos a colaborar com a ferramenta, que consideram um instrumento a mais na luta contra o trabalho escravo. Para o jornalista Leonardo Sakamoto, da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, a ferramenta não apenas trará a tona o assunto, com o compartilhamento de informações e dados, mas vai também ajudar as comunidades distante e pequenas, mostrando que a luta deles se reproduz de forma abrangente por todo o território nacional.

“É difícil, em comunidades pequenas e distantes, a luta daqueles que tentam mudar a realidade local e pressionam poder político e econômico, que não tem interesse em mudanças”, explicou Sakamoto.

O coordenador-geral da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, José Guerra, também elogiou a iniciativa, destacando que “com esse espaço podemos avançar e qualificar o debate”.

Ele diz que além da PEC do Trabalho Escravo, existem outras matérias no Congresso que podem ser mostradas na comunidade virtual, como os projetos que transformam trabalho escravo em crime hediondo e o que muda a lei de licitações impedindo que empresas onde são registrados casos de trabalho escravo seja contratados pelo governo. “Nesse fórum, podemos ajudar o Congresso a cumprir sua função”, afirmou.

Para o procurador do Trabalho, Erlan Prado, a raiz do problema (trabalho escravo) está na falta de educação e informação, portanto o Portal pode contribuir para minimizar o problema, a medida que tem a função de informar sobre o assunto, será um instrumento a mais para essa luta.

A comunidade virtual permitirá interação com as redes sociais, e possui ferramentas como fóruns de discussão, bate papo virtual (chat), realização de enquetes e divulgação de links para diversos tipos de conteúdo: legislação, reportagens, artigos, vídeos etc.

De Brasília
Márcia Xavier