Piauí deve atrair mais R$ 2,5 bi em dez anos

Mais de 300 mil hectares de floresta serão plantadas no Estado

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Quase oito anos depois do início do Programa de Desenvolvimento Florestal do Vale do Parnaíba no Piauí (PI), o Estado se posiciona, ao lado de Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS) e Tocantins (TO), como um dos polos mais atraentes para os novos projetos do setor florestal produtivo. De acordo com Joésio Siqueira, diretor da STCP Engenharia de Projetos, empresa responsável pela elaboração dos Programas do PI e do MS, os investimentos na região na próxima década devem superar 2,5 bilhões de reais apenas na aquisição de novas terras e no plantio. “A evolução esperada é grande. Somente a STCP já tem contratada a implantação de cerca de 300 mil hectares de eucalipto”, afirma Siqueira

O programa florestal bem estruturado e planejado para ser sustentável a longo prazo, áreas extensas e com relevo propício ao plantio, condições climáticas adequadas e os investimentos previstos em infraestrutura de estradas e portos na região são alguns dos atrativos para as empresas se instalarem no Piauí. No entanto, o diretor da STCP faz um alerta: “é preciso que os profissionais e o Estado se preparem para crescer, pois a atração de novas indústrias exige investimentos também em outros setores como educação, saneamento, transporte e toda a cadeia que é afetada”. A STCP avalia que para cada R$ 1,00 investido pelo setor florestal na região, serão gerados outros R$ 6,20. “É o chamado efeito multiplicador, que influencia na redução da pobreza, na fixação do pequeno produtor rural e na melhoria da balança comercial”, afirma o diretor.

Primeira empresa âncora a se estabelecer no Piauí, a Suzano Papel e Celulose está investindo no plantio de até 160 mil hectares de florestas R$ 3,2 bilhões, podendo gerar mais de 3.500 empregos diretos e outros 16 mil indiretos. A construção da indústria tem previsão de início em 2012, após a captação das empresas parceiras, que integrarão o complexo.

Impactos ambientais

Além do desenvolvimento econômico e social, o programa florestal do Piauí leva em conta o impacto ambiental provocado por esse novo negócio. De acordo com o estudo realizado pela STCP, investir em floresta plantada diminui a pressão sobre a floresta nativa, auxilia na recuperação de terras degradadas, aumenta as áreas protegidas de Reserva Legal e Áreas de Proteção Permanente, promove a proteção e a recuperação de matas ciliares e nascentes. “Sabidamente, o setor florestal produtivo brasileiro é o que mais conserva florestas nativas”, diz Siqueira. Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) mostra que, para cada hectare de floresta plantada, empresas do setor florestal preservam 0,89 hectare além dos 35% da área obrigatória por lei.

Fonte:180graus