Greve: Médicos exigem contraproposta da Prefeitura de Fortaleza

Uma nota paga nos principais jornais de Fortaleza, contando as precárias condições de trabalho do médico nos postos de saúde e hospitais municipais; o pedido de uma audiência com os secretários de Saúde e de Administração do município; e a apresentação de uma contraproposta concreta por parte da prefeitura às reivindicações dos médicos; foi o que decidiu a assembleia geral dos médicos de Fortaleza realizada na noite da última terça-feira (31/05), no auditório do Conselho Regional de Medicina.

Durante a assembleia, conduzida pelo presidente do Sindicato dos Médicos, José Maria Pontes, e pelo presidente do Cremec, Ivan Moura Fé, os médicos, principalmente os que trabalham no Programa de Saúde da Família – PSF, protestaram mais uma vez contra a situação precária dos postos de saúde e hospitais municipais, onde falta até papel para receituário. Eles também demonstraram insatisfação com a "discriminação" feita pela Prefeitura, entre os médicos de Frotinhas e Gonzaguinhas, com os médicos do Instituto Dr. José Frota, que hoje recebem um salário muito maior. "Temos a mesma formação acadêmica e realizamos o mesmo trabalho. Então por que ganhamos mesmos?", indagaram, acrescentando: "nós queremos ser tratados como os médicos do Frotão".

Os médicos do município estão reivindicando, entre outros pontos, o piso salarial estipulado pela FENAM, no valor de R$ 9.120,00; gratificações calculadas em 100% do salário-base, o valor atual é 85%; realização de concursos públicos (PSF e hospitais); levantamento das vagas existentes para médicos, para que elas sejam ocupadas caso estejam ociosas; aumento no número de ambulâncias; garantia de medicação mínima; e que as direções técnicas dos hospitais seja um cargo exercido por médico. A próxima assembleia ficou marcada para o dia 07 de junho, às 19 horas, no auditório do CREMEC.

Audiência

À tarde, antes da realização da assembleia, o presidente do SIMEC, José Maria Pontes, e o presidente da FENAM-NE, Tarcísio Dias, participaram de uma audiência na secretaria de Administração, com o chefe de gabinete Erismar Silva e com o representante da Secretaria Municipal de Saúde, Helly Ellery, com o objetivo de discutir a pauta de reivindicação da categoria.

O presidente do SIMEC explicou mais uma vez a insatisfação dos médicos com salário e com as péssimas condições de trabalho, mostrou a defasagem salarial calculada pelo Dieese de 12, 49%, falou da sobrecarga de trabalho nos hospitais, da falta de profissionais e pediu a implantação imediata das gratificações prevista na lei.

Por parte da prefeitura, nada de concreto. Os gestores prometeram examinar todas as reivindicações, informaram que neste mês de maio todos os servidores, inclusive os médicos, tiveram um aumento salarial de 6,30% e garantiram a implantação das progressões dentro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários; um por capacitação (2%do VB) e outra por tempo de serviço (2%). Foi dito também que a prefeitura está priorizando as reformas do Frotinha de Parangaba e do Hospital Nossa Senhora da Conceição, que devem ficar prontos em breve. Eles concordam também com a necessidade de chamar mais médicos, já aprovados em concurso, para acabar com o problema de escala e garantir as equipes completas nos hospitais e no PSF.

Fonte: SIMEC